A greve dos trabalhadores dos Correios, convocada por um dos sindicatos do setor, conta com uma adesão de 12%, segundo a administração dos CTT, e de 60% de acordo com o sindicato, disseram à Lusa fontes das duas entidades.

De acordo com fonte oficial dos CTT, a adesão à greve, convocada por divergências quanto ao valor dos aumentos salariais, ronda os 12%, “uma taxa muito baixa em termos comparativos, em linha com as expetativas da empresa, dado que esta greve não conta com o apoio de 10 dos 11 sindicatos da empresa”.

Pelo contrário, o secretário-geral do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT), Vítor Narciso, diz que a adesão baixou dos iniciais 75%, de hoje de manhã, para 60%, valor pelo qual o sindicato manisfesta “grande satisfação”.

A fonte oficial dos CTT frisa que a distribuição de correio “manteve-se em níveis normais ou perto do normal, a nível global do país, sendo que a distribuição do correio prioritário está garantida” e que “todas as lojas CTT estão abertas, com níveis de adesão à greve quase inexistentes”.

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Mas já Vítor Narciso relata que “até cerca das 11:30, 19 estações de correio estavam encerradas e cerca de 44 centros de distribuição também” e que “há estações com a chefia e algumas à espera de alguém para abrirem e centros de distribuição com adesão de 100%”.

A fonte oficial dos CTT acrescenta ainda que “para garantir eventuais constrangimentos, os CTT realizaram uma distribuição extraordinária de correio na passada sexta-feira e em alguns casos no sábado”, sendo que por isso “não se esperam atrasos no cumprimento dos padrões de qualidade da entrega de correspondência”.

Depois do dia de greve de hoje, o sindicato vai “fazer um aviso prévio” para a constituição de um grupo de conciliação ao Ministério do Trabalho e adianta que caso a situação “permaneça como está, vai analisar novas formas de luta, como a greve ou manifestações no mês de abril”.

O SNTCT adianta também que do ponto de vista jurídico irá interpor uma providência cautelar caso os CTT não remunerem os trabalhadores associados do sindicato da mesma forma que os restantes.

“Os CTT ameaçaram que não aplicavam os aumentos salariais a todos os trabalhadores, nomeadamente aos associados do SNTCT. Mas não pode haver discriminação nem dois trabalhadores no mesmo cargo e ao lado um do outro a receber salário diferente. Se a empresa insistir nisto, interpomos de imediato uma providência cautelar”, afirmou Vítor Narciso, acrescentando que na altura do processamento do vencimento, cerca de dia 10, já terá a certeza de qual será a intenção dos CTT.

A greve de um dia foi convocada pelo SNTCT, um dos 11 sindicatos do setor, e em causa estão os valores sobre aumentos salariais.

Todos os sindicatos dos trabalhadores dos CTT chegaram na quarta-feira passada a acordo com a administração dos Correios precisamente, à exceção do SNTCT, que considera o aumento salarial proposto pela administração dos CTT “ofensivo”, mantendo por isso a greve de hoje.