O défice público de Espanha em 2015 fixou-se em 5,18%, ultrapassando em quase um ponto percentual (cerca de 10 mil milhões de euros) o objetivo de 4,2% acordado com Bruxelas, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística espanhol (INE).

As Contas Trimestrais não Financeiras dos Setores Institucionais, publicadas hoje pelo INE espanhol, apontam para um défice público de Espanha em 2015 de 56,06 mil milhões de euros. O desvio explica-se, em parte, por gastos extraordinários (e que não se repetem este ano), como o pagamento de tratamentos para a hepatite C (superior a 1,09 mil milhões de euros), a construção de uma prisão na Catalunha (mais 2 mil milhões de euros) ou de transportes públicos (elétrico) em Aragão (200 milhões de euros).

Estes gastos explicam cerca de um terço do desvio.

Incluindo nas contas públicas as ajudas à banca espanhola (cerca de 547 milhões de euros em 2015), o défice do conjunto das administrações públicas espanholas ascende a 5,23% do PIB, para um total de 56,60 mil milhões de euros. Estas ajudas aos bancos, no entanto, não entram nas contas de um eventual procedimento comunitário por défice excessivo.

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O Governo espanhol, por seu lado, atribuiu o desvio a um maior défice na Segurança Social (aumento de 1,26%, contra o fixado de 0,6%) e nas comunidades autonómicas espanholas (1,66% face a um objetivo de 0,7%).

O ano de 2015 em Espanha ficou marcado por várias eleições (autonómicas na Andaluzia, em março, municipais e autonómicas, em maio, autonómicas na Catalunha, em setembro, e eleições legislativas, em dezembro).

O executivo assegura, no entanto, que a Administração Central cumpriu o objetivo anunciado de défice de 2,9% (ficando nos 2,7%), enquanto as câmaras municipais (‘ayuntamientos’) até vão melhorar o equilíbrio previsto, registando uma ligeira folga de 0,44% nas contas (quando estava previsto um défice 0,0%).