Os investigadores da Operação Marquês solicitaram às autoridades do Reino Unido que enviem dados sobre quem beneficiou de 1,3 milhões de euros de conta bancária aberta em Londres no Barclays. A conta, suspeitam os investigadores, serviriam de “de passagem” para transações de Armando Vara e Diogo Gaspar Ferreira, arguidos no processo, além de Hélder Bataglia, empresário luso-angolano também investigado pelo Ministério Público no caso que envolve José Sócrates. A informação foi avançada esta sexta-feira pela SIC.

Os envolvidos na conta estão todos eles relacionados com o empreendimento de luxo de Vale de Lobo, um dos casos investigados pela Operação Marquês. O empreendimento, recorde-se, foi construído numa zona protegida depois da alteração do PROTAL (Plano Regional de Ordenamento do Território do Algarve), e financiado pela Caixa Geral de Depósitos, que se tornou também acionista.

Segundo o canal, os depósitos da conta, chamada “Orsatti” e cujo titular é uma consultora suíça, serão os seguintes:

  • Diogo Gaspar Ferreira (Vale do Lobo): 597 mil euros, em 2008
  • Hélder Bataglia e Ferreira Neto (Vale do Lobo): 200 mil euros, em 2007
  • Armando Vara (CGD), 575 mil euros, entre 2007 e 2009.

Armando Vara terá feito os depósitos durante a época em que trabalhou como vogal na Caixa Geral de Depósitos. Foi nessa condição de administrador que decidiu primeiro aprovar um empréstimo aos acionistas de Vale do Lobo e depois colocar a própria CGD no capital do empreendimento.

Com o pedido de informações ao Reino Unido, as autoridades esperam saber quem foi beneficiado pelo dinheiro que saiu desta conta, a partir dos extratos e documentos pedidos por carta rogatória.

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