O Presidente da África do Sul, Jacob Zuma, anunciou esta sexta-feira que vai aceitar a decisão do Tribunal Constitucional do país e devolver parte dos 14 milhões de euros aos cofres públicos utilizados para a reforma da sua residência em Nkandla há sete anos. O gasto foi feito para a construção de um estábulo para vacas, um galinheiro, uma piscina e um anfiteatro no local.

“Respeito a sentença e vou cumpri-la”, disse num discurso à televisão estatal, citado pela agência EFE. O governante, no entanto, negou que tenha usado o dinheiro público deliberadamente e pediu desculpas ao país. “O assunto tem causado muita frustração e confusão pelo qual peço desculpas em meu nome e em nome do governo. Vamos usar o julgamento para construir e fortalecer ainda mais a nossa democracia”, afirmou. O governante não vai recorrer da decisão.

O anúncio de Zuma acontece um dia depois da justiça sul-africana promulgar a decisão, num processo aberto pela oposição. O valor a ser devolvido, contudo, ainda não definido pelo Tesouro Nacional do país.

A presidência justificou as obras na residência de Zuma ao dizer que estavam destinadas a garantir a segurança do chefe de Estado. Na altura, o ministro da Polícia, Nkosinathi Nhleko, membro do Congresso Nacional Africano (CNA) liderado por Zuma, garantiu que a piscina era um “elemento estratégico para apagar fogos” e que o espaço para os animais “mantinha-os longe do sistema de segurança”, permitindo assim que as cercas eletrificadas e o resto dos dispositivos funcionassem.

Jacob Zuma tem 73 anos e chegou à presidência da África do Sul em 2009, depois de a justiça ter retirado as mais de 700 acusações por corrupção que pendiam contra si. Em 2014, foi reeleito com maioria absoluta.

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