O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção pediu hoje uma reunião urgente às associações patronais do setor para reivindicar o aumento salarial dos operários qualificados, admitindo recorrer à greve caso essa reivindicação não seja atendida.

Em conferência de imprensa, Albano Ribeiro disse que com o aumento do salário mínimo para 530 euros, a diferença salarial entre operários qualificados e não qualificados da construção civil passa a ser de 15 euros.

Segundo o dirigente sindical, os operários qualificados (carpinteiros, pintores e outros) não têm aumento salariais desde 2015, continuando a receber, na maior parte das empresas, 545 euros.

“Hoje verifica-se um crescimento no setor, nomeadamente, na área da reabilitação urbana, tendo já sido criados milhares de postos de trabalho em pequenas obras”, disse, defendendo que este incremento tem de se refletir nos salários dos trabalhadores.

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O dirigente do sindicato disse que enviou hoje um pedido de reunião com caráter de urgência com os presidentes das associações patronais para solicitar que deem orientações aos seus associados para resolver esta questão, uma vez que “neste momento, o setor da construção tem condições económicas para suportar um aumento”.

O que os trabalhadores qualificados pretendem, segundo Albano Ribeiro, é que a diferença salarial que existia em 2010 em relação aos não qualificados volte a registar-se, ou seja que, em vez dos 15 euros atuais, passe a ser de 70 euros, como acontecia há cerca de seis anos.

Segundo dados do sindicato, em 2010 um operário qualificado ganhava 545 euros e um não qualificado 476 euros. Com o aumento do salário mínimo, os trabalhadores não qualificados passam a receber 530 euros, mantendo-se os outros nos 545 euros.

Caso esse diferencial não seja reposto, “avançaremos com a maior greve de sempre no setor, que pode ser nacional ou empresa a empresa”, acrescentou Albano Ribeiro.