O Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário promove esta segunda-feira uma concentração para exigir medidas para que a Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário (EMEF) se desenvolva e ganhe um novo peso no setor.

“A admissão de novos trabalhadores e a passagem a efetivos dos trabalhadores precários é um dos problemas imediatos”, afirmou à Lusa o coordenador da Federação dos Sindicatos dos Transportes José Manuel Oliveira, explicando que a empresa deve merecer a atenção do Governo e do grupo CP para crescer.

A concentração de ativistas sindicais e membros da Comissão de Trabalhadores está agendada para as 10:30, em frente à sede da CP – Comboios de Portugal, na Calçada do Duque, em Lisboa.

Em declarações à Lusa, José Manuel Oliveira explicou que, além do problema premente dos recursos humanos, a EMEF está a sofrer com as exigências impostas às empresas do setor empresarial do Estado, que a impedem de estar em real concorrência com os privados. “A empresa tem necessidades diárias de aquisição de material e não pode estar sujeita aos constrangimentos legais”, explicou, referindo-se à necessidade de autorização para realizar investimento.

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Para o dirigente sindical, a EMEF poderia aumentar a sua área de atuação, além da manutenção e reparação de material circulante, à própria construção de material circulante.

Em julho o Governo liderado por Passos Coelho decidiu não aceitar a proposta apresentada pela Alstom à compra da EMEF, desistindo assim da intenção de privatizar esta empresa do grupo CP – Comboios de Portugal.

O secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, explicou que a decisão de não avançar com a privatização da empresa teve em conta “os riscos associados ao prosseguimento desta operação e mostra que não há nenhuma obsessão do Governo em relação às privatizações”.

O governante referia-se à queixa da Bombardier à Comissão Europeia, alegando que a EMEF recebeu ajudas estatais de 90 milhões de euros.