O futebolista argentino do FC Barcelona Lionel Messi negou as acusações de envolvimento num esquema de evasão fiscal e numa rede de branqueamento de capitais, reveladas pela maior investigação jornalística da história, conhecida como Papéis do Panamá.

“Lionel Messi não levou a cabo nenhum dos atos que se imputam nas informações, sendo falsas e injuriosas as acusações de que desenhou um novo esquema de evasão fiscal e, inclusive, de que criou uma rede de branqueamento de capitais”, assegura um comunicado assinado pela família Messi.

Os Messi esclarecem que a sociedade panamiana — Mega Star Enterprises – a que se referem as informações, reveladas no domingo pela investigação denominada Papéis do Panamá, trata-se de “uma companhia totalmente inativa, que nunca teve fundos nem contas correntes abertas”.

Segundo o comunicado firmado pelo cinco vezes Bola de Ouro, a mesma sociedade deriva de “uma antiga estrutura societária desenhada pelos anteriores assessores fiscais da família Messi, cujas consequências fiscais para Lionel Messi já foram regularizadas”.

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No texto, os Messi garantem ter declarado todos os rendimentos resultantes da exploração dos direitos de imagem da estrela argentina do FC Barcelona, pelo que consideram que os factos em que se baseiam as informações dos Papéis do Panamá assentam em “meras suposições” e partem de documentação “parcial e enviesada”.

“O anteriormente exposto é especialmente grave, uma vez que se trata de imputar acontecimentos delitivos tão sérios como a fraude fiscal e o branqueamento de capitais, que acarretam danos irreparáveis para Lionel Messi”, assegura o comunicado, que indica que a família Messi deu instruções aos seus advogados para analisar eventuais ações legais contra os meios de comunicação que difundiram as notícias referentes ao futebolista do ‘Barça’.

A maior investigação jornalística da história, divulgada na noite de domingo, envolve o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ, na sigla inglesa), com sede em Washington, e destaca os nomes de 140 políticos de todo o mundo, entre eles 12 antigos e atuais líderes mundiais.

A investigação resulta de uma fuga de informação e juntou cerca de 11,5 milhões de documentos ligados a quase quatro décadas de atividade da empresa panamiana Mossack Fonseca, especializada na gestão de capitais e de património, com informações sobre mais de 214 mil empresas ‘offshore’ em mais de 200 países e territórios.

A partir dos Papéis do Panamá (Panama Papers, em inglês) como já são conhecidos, a investigação refere que milhares de empresas foram criadas em ‘offshores’ e paraísos fiscais para centenas de pessoas administrarem o seu património, entre eles o rei da Arábia Saudita, elementos próximos do presidente russo Vladimir Putin, o presidente suspenso da UEFA, Michel Platini, e a irmã do rei Juan Carlos e tia do rei Felipe VI de Espanha, Pilar de Borbón.

O semanário Expresso e o canal de televisão TVI estão a participar nesta investigação em Portugal.