O Bloco de Esquerda marcou para esta quarta-feira um debate de atualidade, na Assembleia da República, sobre o caso Panama Papers e vai voltar a apresentar iniciativas para apertar as regras do offshore. Avança já com uma indireta dirigida ao PS que na segunda-feira admitiu espaço para apertar regras, mas que também disse que “o combate a fazer nestes domínios extravasa as fronteiras” nacionais.

As declarações foram do líder parlamentar socialista Carlos César e, sem responder diretamente a elas, o líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares disse, numa conferência de imprensa para apresentar projetos sobre a transparência, que “não se pode lavar as mãos como Pilatos. O pior que podemos dizer é que somos um país pequeno e que o combate se deve fazer lá fora”. O deputado considera que Portugal deve mesmo dar o exemplo a partir do seu próprio território: “Somos frontalmente contra os offshore, incluindo o nosso, e temos a obrigação de evoluir na legislação, mesmo nacionalmente, em relação ao que internacionalmente existe. Há uma pressão internacional que devemos fazer para acabar com os offshore, mas podemos e devemos encerrar a praça financeira da Madeira, que é uma escolha nossa”.

As consequências dos offshore vão estar no centro do debate desta quarta-feira, com o Bloco a seguir esta linha de raciocínio. O BE não vai avançar agora com as iniciativas legislativas (já que o modelo do debate de atualidade não o permite) sobre os paraísos fiscais, mas conta avançar ainda nesta sessão legislativa e a ideia é recuperar o sentido dos projetos de lei (cerca de uma dezena, de acordo com Pedro Filipe Soares) que já levou ao Parlamento no passado. Segundo o líder parlamentar, o BE tem duas prioridades em matéria de offshores, a primeira passa pela “definição do último beneficiário” e a segunda pela a obrigação de “as transferências para offshores ficarem devidamente identificadas”.

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