A Polícia Judiciária (PJ) de Vila Real anunciou esta quarta-feira a detenção de 12 suspeitos dos crimes de associação criminosa e tráfico de armas na região Norte e a apreensão de elevada quantidade de armas, munições e material de guerra. O porta-voz do Exército confirmou esta quarta-feira que um sargento-chefe, a prestar serviço no Regimento de Paraquedistas de Tancos, se encontra entre os detidos.

Os inspetores da Unidade Local de Investigação Criminal de Vila Real, em conjunto com a Diretoria do Norte da PJ, detiveram 12 homens, com idades compreendidas entre os 30 e os 71 anos, sobre os quais recaem “fortes indícios” da prática dos crimes de associação criminosa e tráfico e mediação de armas. A operação policial decorreu em várias localidades do Norte do país e culminou com a realização de 20 buscas domiciliárias.

O porta-voz do Exército, o tenente-coronel João Góis Pires, confirmou à agência Lusa que um dos detidos é um militar do exército, um sargento-chefe de 54 anos, que presta serviço no Regimento de Paraquedistas de Tancos.

A PJ anunciou a apreensão de 5.058 munições de diversos calibres, 22 armas curtas, nove armas longas, seis armas elétricas, nove aerossóis, 12 armas brancas, oito granadas, três sabres baioneta, cerca de mil artigos considerados material de guerra e fardamento militar e, ainda, centenas de peças de armas de fogo (carregadores, carcaças, coronhas, platinas, corrediças, canos).

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O responsável pela investigação referiu que a mesma já decorria “há vários meses” e na sua origem esteve a apreensão de armas no âmbito de outros crimes. “Nesta área ocorrem muitos homicídios e muitos deles são praticados com estas armas e é por força desse conhecimento e da recolha desse tipo de informação que este tipo de investigações surgem”, frisou. António Torgano, o inspetor-chefe da PJ de Vila Real, disse ainda que a investigação vai prosseguir e que poderá haver mais detenções nos próximos tempos.

“Trata-se de uma montra do mercado negro de armas existente e o objetivo desta investigação é reduzir, senão mesmo eliminar, o tráfico de armas e o mercado negro de armas que tem consequências enormes a jusante, nomeadamente permitir a prática de crimes comuns ou mesmo a expansão do crime organizado que é uma preocupação central da PJ”, frisou.

Nesta operação, a PJ contou com a colaboração da Polícia Judiciária Militar, da Polícia de Segurança Pública e da Guarda Nacional Republicana. Os detidos vão ser presentes a primeiro interrogatório judicial para aplicação de eventuais medidas de coação.