São Francisco vai passar a permitir que os trabalhadores gozem de licença parental totalmente paga, tornando-se a primeira cidade dos Estados Unidos a aprovar esta medida. Ativistas relembram que os Estados Unidos são o único país desenvolvido em que os pais não têm direito a tirar uma licença sem perderem vencimento aquando do nascimento de um filho, e esperam agora que a medida inspire o resto do país. As licenças de maternidade são consideradas fundamentais para a saúde das mães e das crianças.

Já há cinco estados, entre os quais a Califórnia, que têm alguma forma de licença remunerada, mas São Francisco é a primeira cidade que prevê que os pais recebam a totalidade de ordenado durante um período de licença de seis semanas. A medida deverá entrar em vigor em 2017.

A cidade já tinha sido pioneira em aprovar legislação que prevê o pagamento de um ordenado mínimo, baixas médicas pagas e serviços de saúde para todos. A licença parental remunerada é uma medida que os candidatos democratas Hillary Clinton e Bernie Sanders defendem e pretendem implementar a nível nacional.

Em relação às críticas de que esta medida pode prejudicar as empresas, Scott Wiener, um dos apoiantes da proposta, garante ao The Guardian que “de todas as vezes que São Francisco adota uma medida que defende os trabalhadores, dizem-nos que vai ser o fim do mundo para as empresas. O que acaba por acontecer é que o estado [Califórnia] e, por vezes, até o governo federal acabam por seguir a nossa deixa.”

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O estado da Califórnia prevê que os pais tenham direito a uma licença de seis semanas, mas só recebem 55% do salário. A licença estende-se também a quem adote ou acolha crianças.

Por todo o país já vão sendo feitas alterações que garantem mais direitos aos pais. Em Nova Jersey, os pais têm direito a seis semanas de licença remunerada e em Rhode Island a licença é de quatro semanas. O estado de Washington também deu os primeiros passos e aprovou uma medida semelhante que ainda não foi implementada.

Em Nova Iorque, foi aprovada na semana passada uma lei que garante o direito a 12 semanas de licença remunerada. A implementação vai ser faseada e, inicialmente, a remuneração vais ser de apenas 50% do salário.

Os progressos estão a ser celebrados por ativistas que, ainda assim, notam que ainda há muito caminho para fazer. Nos restantes países desenvolvidos, as licenças são de, pelo menos 12 semanas. No Reino Unido são garantidas 39 semanas e na Suécia as licenças estendem-se a 480 dias (16 meses). Os ativistas acrescentam ainda que é importante que os trabalhadores recebam a totalidade do salário enquanto gozam da licença, para permitir que trabalhadores com salários mais baixo possam gozar desse tempo com os seus filhos.