O programa de investigação e inovação para explorar as questões de vida no espaço, no âmbito das Breakthrough Initiatives, foi criado em 2015 pelo físico Stephen Hawking, Yuri Milner e outros investigadores, e pretende lançar uma sonda mais longe do que alguma vez foi conseguido. A ideia é chegar ao sistema estelar Alpha Centauri durante o nosso tempo de vida, ou seja, em cerca de 20 anos. Para cumprir este objetivo serão investidos 100 milhões de dólares (cerca de 88 milhões de euros).

“Vida no espaço não significa apenas vida extraterrestre, significa também nós”, lembra Yuri Milner, físico e empresário russo, na apresentação do projeto. “Podemos chegar às estrelas? Podemos literalmente chegar às estrelas? E podemos fazê-lo no nosso tempo de vida?”

Chegar a Alpha Centauri, a estrela mais próxima do sistema solar, é a meta, mas não com a tecnologia que existe hoje em dia. São precisos percorrer 4,37 anos-luz, cerca de 40 biliões de quilómetros. À velocidade que as sondas viajam atualmente pelo espaço, deveríamos ter lançado esta sonda interestelar na mesma altura em que o homem primitivo saiu de África pela primeira vez, refere o empresário.

Para que a sonda consiga vencer esta distância é preciso que seja muito leve e viaje muito mais (mas mesmo muito mais) rápido: 60 mil quilómetros por segundo, contra os atuais 100 quilómetros por segundo. Se isso era impensável há uns anos, pode ser perfeitamente concretizável em 15 anos, graças aos avanços da microeletrónica, nanotecnologia e engenharia de lasers, nota o jornal britânico The Guardian.

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A investigação realizada será disponibilizada em domínio público. A ideia é que as ideias sejam concretizáveis e viáveis do ponto de vista de financiamento para que dentro de 10 anos, os Estados também possam investir neste tipo de projetos de investigação.

Este anúncio foi feito no mesmo dia em que se celebram os 55 anos desde que o cosmonauta russo Yuri Gagarin completou uma órbita em torno da Terra. Curiosamente, Yuri Milner recebeu o seu nome em homenagem ao primeiro homem no espaço.

Este projeto conta também com o apoio de Mark Zuckerberg, o fundador do Facebook.