O Sindicato dos Estivadores estendeu o pré-aviso de greve para os portos de Lisboa e Figueira da Foz, que terminava a 5 de maio, até ao dia 12 do mesmo mês.

Numa nota enviada à comunicação social o Sindicato dos Trabalhadores do Tráfego e Conferentes Marítimos do Centro e Sul de Portugal adianta que o pré-aviso de greve para os portos de Lisboa e da Figueira da Foz, com incidências reflexas no porto de Setúbal, envolve os trabalhadores portuários efetivos, bem como os que possuem vínculo contratual de trabalho portuário de duração limitada.

A paralisação realiza-se em períodos e situações delimitadas restringindo-se, no caso de Setúbal, “à abstenção da prestação do trabalho incidente sobre cargas ou navios” desviados a partir de Lisboa ou da Figueira da Foz no contexto da greve, até dois dias antes do primeiro dia de greve ou dentro dos limites, inicial e final, fixados no aviso prévio (das 08h00 do dia 27 de abril de 2016 até às 08h00 do dia 12 de maio de 2016).

Desde 14 de novembro, o sindicato dos estivadores tem vindo a entregar sucessivos pré-avisos de greve, que se prolongavam pelo menos até 31 de janeiro, devido à falta de entendimento com os operadores do Porto de Lisboa em fechar um novo contrato coletivo de trabalho.

No dia 05 de abril, o Governo anunciou que não tinha sido possível alcançar ainda um acordo entre os estivadores e os operadores para um acordo coletivo de trabalho, apesar de ter havido consensos noutras matérias.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Segundo o gabinete da ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, “não foi possível obter um acordo entre as partes quanto à forma de progressão na carreira (se baseada no mérito ou efetuada de forma automática), nem sobre a organização e o planeamento da atividade portuária (se feita por trabalhadores portuários ou pelos responsáveis pela gestão portuária)”.

Apesar da ausência de um entendimento entre o Sindicato dos Estivadores e os operadores do Porto de Lisboa, o Governo mantém que era “desejável que as partes consigam ultrapassar, no mais curto prazo de tempo, este novo impasse, num momento crucial para o desenvolvimento do Porto de Lisboa e para o desenvolvimento da região e do país”.

Pouco depois de ser conhecido o fracasso negocial, a Associação dos Agentes de Navegação de Portugal (AGEPOR) mostrou-se “revoltada” com o novo pré-aviso de greve apresentado pelo sindicato dos estivadores do Porto de Lisboa, que se prolongava na altura até 05 de maio.

A AGEPOR afirmava num comunicado que “está revoltada com um novo pré-aviso de greve ao trabalho portuário no Porto de Lisboa quando tudo apontava para que finalmente se chegasse à paz e à construção do futuro” e manifesta ainda a sua “indignação”, condenando aquilo que considera ser um “atentado ao Porto de Lisboa”.