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"Estou a sonhar ou quê?" Gravação revela terror no Bataclan

Este artigo tem mais de 5 anos

As autoridades francesas reconstituíram o ataque ao Bataclan baseado nos registos sonoros da polícia e numa gravação encontrada na sala. A transcrição revela o horror e as motivações dos terroristas.

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Jeff J Mitchell/Getty Images

Jeff J Mitchell/Getty Images

Duas horas, 38 minutos e 44 segundos de pesadelo. É assim que o jornal Le Parisien resume a reconstituição dos diálogos do ataque terrorista à sala de espetáculos Bataclan a 13 de novembro de 2015 em Paris.

As autoridades francesas fizeram uma reconstituição sonora do desenrolar do ataque através da sobreposição de mensagens de rádio dos registos da polícia com uma gravação encontrada no primeiro andar do Bataclan. A transcrição da gravação revela pela primeira vez as palavras exatas dos terroristas e as revelações são chocantes. Para além das frases ditas pelos terroristas, surgem também vozes das vítimas e são audíveis as dificuldades sentidas pelos polícias para avançar na sala e abater os bombistas.

A primeira palavra registada pelo gravador foi “esconda-se!“, dita logo após a entrada dos três terroristas na sala. “Estou a sonhar ou quê?“, diz pouco depois outro espetador. Frases que são abafadas pela música dos Eagles of Death Metal que atuavam no momento do ataque e pelas balas, como se ouve noutra gravação feita por Vincenzo Capuana com o telemóvel, que já havia sido divulgada pelo site LiveLeak.

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Só depois de sete minutos a atirar sobre os espetadores é que os jihadistas começam a dar ordens contraditórias aos reféns, conta o Le Parisien.
Levanta-te ou mato-te“, grita um dos terroristas. Logo a seguir ouve-se a ordem “deita-te ou mato-te“, gritada por Samy Amimour, um dos bombistas e a única voz formalmente identificada na gravação pelas autoridades. As afirmações dos terroristas sucedem-se:

“Vocês bombardearam os nossos irmãos na Síria e no Iraque. Porque é que nós estamos aqui? Viemos de tão longe como a Síria para vos fazer a mesma coisa.”

……..

“Somos homens e vamos bombardear-vos a partir do chão. Nós não precisamos de aviões. Vocês elegeram o Hollande como presidente e esta foi a campanha dele. Podem agradecer-lhe por isto.”

……..

“Quem tentar ser justiceiro, mato-o [ouvem-se balas].”

……..

“O tempo da vingança chegou. “

……..

“Conhecem o Daesh? O Daesh é o Estado Islâmico. Estamos por todo o lado, em França, nos EUA. Vamos atacar em todo o lado.”

Só cerca de um quarto de hora depois de o ataque começar é que um terrorista é surpreendido por um dos polícias que tentava retomar o controlo da sala. O agente da autoridade dispara e nesse momento o atacante faz explodir o cinto de explosivo.

“Allahou Akhbar [Deus é grande]”, gritam os outros dois terroristas. Ismaël Omar Mostefaï e Foued Mohamed-Aggad sobem ao primeiro andar da sala de espetáculos com cerca de uma dúzia de reféns e tentam negociar com a polícia.

“Estamos reféns e eles têm cintos de explosivos. Não se aproximem se não eles mandam tudo pelos ares”, diz um dos reféns. A polícia tenta comunicar com os terroristas através do telemóvel de uns dos reféns, mas as chamadas não têm um desfecho positivo. As forças de segurança vão demorar mais uma hora até conseguirem cercar os terroristas.

O assalto ao Bataclan tinha começado às 21h47m e às 23h37m ouve-se um polícia através do rádio: “Tirem-nos de lá, já chega, estamos fartos.” O assalto final da polícia acontece cerca de 40 minutos depois. Das 130 pessoas que morreram nos ataques de Paris, 89 estavam no Bataclan.

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