Construído logo no início do século XX, o navio RMS Titanic era para o Reino Unido como um novo diamante na coroa britânica: o maior navio de passageiros alguma vez existente, extraordinariamente luxuoso e – garantia a White Star Line, companhia construtora – seguro como mais nenhum podia ser.

A viagem inaugural, a 10 de abril de 1912, trazia muita expectativa: Titanic – nome que vinha da palavra “titã”, as entidades divinas da mitologia grega que enfrentaram Zeus e os outros deuses do Olimpo – suportava 2435 passageiros e podia viajar com quase 900 tripulantes. Um monstro dos mares comandado por Edward Smith.

Mas o monstro sucumbiu a outro. Ao poder do gelo de um iceberg contra o qual embateu na noite de 14 para 15 de abril, afogando-o ao sudeste do Canadá. Foi um dos desastres marítimos mais mortíferos da História.

É que afinal, nem um navio com fama de ser “inafundável” podia realmente ser perfeito. Mesmo com 2224 passageiros a bordo e com mais barcos salva-vidas do que os necessários por lei na época, as medidas de segurança e os planos de emergência vieram a revelar-se um fracasso, escreveram as autoridades dos Estados Unidos e o Reino Unido nos relatórios de investigação.

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Eis o que aconteceu, de acordo com os relatos da época: um outro navio, o SS Californian, apercebeu-se de que havia muito gelo naquela zona do Oceano Atlântico, algures no percurso que o Titanic estava a fazer entre a Europa e a cidade de Nova Iorque. E enviou vários avisos naquela noite fracamente iluminada, mas todos foram ignorados pelo capitão do potento britânico.

Quando a tripulação se apercebeu que havia um iceberg mesmo à sua frente, fez soar o alarme e avisou as equipas de que era necessário virar o barco para bombordo de modo a evitar a colisão, uma operação que duraria meio minuto. Mas estas ordens foram recebidas 40 segundos mais tarde e já era tarde demais para qualquer manobra. Mais de 1500 pessoas morreram, fazendo daquele o maior desastre marítimo em tempos de paz.

Os destroços do Titanic nunca foram retirados do mar: é demasiado difícil retirar um navio destas dimensões de um espaço a quatro quilómetros de profundidade e onde a pressão da água é demasiado elevada. Encontrados a 1 de setembro de 1985, o local é visitado desde então por expedições que filmaram, fotografaram e exploraram o navio. Entretanto, várias fotografias dos últimos momentos de Titanic foram lançadas na Internet. Veja-as na fotogaleria.