As transações de imóveis em Portugal devem aumentar, em 2016, entre 35% e 40%, animadas pelo investimento estrangeiro e recuperação do mercado interno, segundo a Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP).

“Desde que não haja nenhuma asneira, o número de transações no mercado imobiliário, em 2016, vai crescer entre 35% e 40%”, disse o presidente da APEMIP, Luís Carvalho Lima, à agência Lusa.

O representante das imobiliárias justifica o aumento do número de transações com a “credibilidade e segurança” do setor.

“Hoje em dia, com a incerteza no setor financeiro, o mercado imobiliário é visto como estratégico na aplicação de poupanças”, explicou.

Em 2015, a venda de alojamentos familiares, em Portugal, cresceu 27,4%, face ao ano anterior.

O presidente da APEMIP, que falava à margem da participação de oito empresas portuguesas, incluindo da banca, na Feira de Imobiliário de Pequim, enalteceu ainda o investimento oriundo do exterior.

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“Atualmente, em Portugal, uma em cada cinco transações no imobiliário é para um investidor estrangeiro”, disse, realçando que “o Estado começa a ver o setor como exportação”.

No ‘stand’ da APEMIP, em Pequim, estão representados a Caixa Geral de Depósitos, Millennium BCP, Novo Banco, CarpeDomus, Century21- Liberdade, Construções Gameiro Lda., Habitare Maximum e a Happy Behavior.

A iniciativa faz parte da estratégia de internacionalização do Salão Imobiliário de Portugal, que este ano já fez ações de promoção em Dubai, Pequim, Lyon, Maputo, e tem missões preparadas para Paris e, pela primeira vez, Estados Unidos da América.

“O nosso grande objetivo é trazer estes investidores para Lisboa durante o decorrer do Salão Imobiliário de Portugal, em outubro”, salientou Sandra Fragoso, gestora da Fundação AIP (Associação Industrial de Portugal) e do Salão Imobiliário de Portugal.

A Feira de Imobiliário de Pequim, um dos mais concorridos certames do setor na China, arrancou na quinta-feira e decorre até domingo no Beijing Exhibition Center, um espaço com 22 mil metros quadrados situado na zona oeste da capital chinesa.

Na edição deste ano participam quase 220 expositores de 35 países e regiões.

Luís Carvalho Lima enalteceu a recuperação do programa ‘Vistos Gold’, que registou em fevereiro o maior número de concessões (144) desde novembro de 2014.

No conjunto, desde que o programa foi instituído, em 2012, até ao final de dezembro do ano passado, foram atribuídos 2.788 vistos dourados.

O ano mais expressivo foi 2014, com 1.526 vistos concedidos, mas devido à lentidão excessiva no processo de atribuição, aquela cifra recuou para 766 no ano passado.

O ‘Visto Gold’, que concede autorização de residência em Portugal e liberdade de circulação no espaço Shenghen, é concedido aos cidadãos exteriores à União Europeia que, entre outros critérios, adquiram uma propriedade de, pelo menos, 500.000 euros, façam uma transferência de capitais de um milhão de euros ou criem uma empresa com dez postos de trabalho.

A 3 de setembro de 2015 entraram em vigor novos critérios que alargam o investimento de estrangeiros a áreas como a reabilitação urbana ou ciência.

Segundo a APEMIP, dos 1,6 mil milhões de euros de investimento realizados ao abrigo desta modalidade, cerca de 1,5 mil milhões foram aplicados no setor imobiliário.