Um violento sismo de magnitude 7.8 na Escala de Richter abalou, este sábado, o oeste do Equador e provocou a morte de, pelo menos, 235 pessoas, de acordo com o vice-presidente Jorge Glas que apelou à calma da populaçã, garantindo estarem a ser feitos esforços para repor a electricidade.

A meio da tarde deste domingo, o número de vítimas mortais foi atualizado, triplicadno face aos dados inicias que davam conta de 77 mortos e 588 feridos. Mas o presidente equatoriano fez saber que o número de pessoas que perderam a vida na sequência do abalo era afinal de 233 pessoas (e continua a ser atualizado). Através do Twitter, Rafael Correa fez saber que o bairro de Tarqui, na cidade de Manta, foi um dos mais afetados. “Pedernales foi destruído”, escreveu o presidente.

Rafael Correa, que estava de visita ao Vaticano, antecipou o regresso ao Equador e irá aterrar em Manta às 18h30 (às 00h30 em Lisboa). “A prioridade é resgatar os que estão entre os escombros”, referiu o presidente num outro tweet, deixando mensagens de apoio às famílias afetadas e pedindo a “mobilização nacional”. “Obrigada ao mundo pela solidariedade”, acrescentou.

O sismo de sábado já foi considerado o maio desde 1979, com o estado de emergência nacional a ser decretado em seis províncias equatorianas.

David Rothery, professor na The Open University, em Londres, disse à Associated Press que a energia libertada pelo sismo foi “provavelmente 20 vezes superior” à do sismo de magnitude 7 no Japão, que ocorreu na passada sexta-feira. Isso deve-se ao facto de a força do abalo do sismo equatoriano ter sido maior e de, por isso, ter durado mais tempo. À agência de notícias, Rothery esclareceu ainda que “não existe uma relação casual entre os sismos no Equador e no Japão“.

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O sismo deste sábado ocorreu pelas 18h58 (23h58 de Portugal) a 27 quilómetros de Muisne e a 173 quilómetros da capital do Equador, Quito, tendo sido sentido ao longo de um raio de 300 quilómetros. As zonas de Pedernales y Cojimíes, na província de Manabí, foram as mais afetadas. O aeroporto da cidade foi encerrado. De acordo com a Associated Press, 12 estradas principais foram entretanto fechadas. Um deslizamento de terras em Cotopaxi obrigou ao encerramento de uma outra.

“Todas as forças públicas estão em estado de alerta máximo para poderem proteger a vida dos cidadãos. Há certas zonas em algumas cidades que estão sem energia devido ao terramoto. Estamos a restabelecer o serviço de forma paulatina. Não temos informação de problemas em zonas de barragem ou com a gestão de recursos hídricos”, afirmou Jorge Glas, em conferência de imprensa.

O Governo anunciou ainda que 10 mil militares foram mobilizados e que foram destinados 300 milhões de dólares para acudir aos estragos. O Centro de Alerta de Tsunami do Pacífico, com sede no Havai, emitiu depois do abalo um alerta para a possibilidade de ocorrência de ondas perigosas em algumas zonas da costa do Equador, mas indicou, mais tarde, que grande parte da ameaça já terá passado.

Venezuela envia avião com ajuda humanitária

Um avião venezuelano, carregado com ajuda humanitária, já aterrou no aeroporto da cidade de Manta, próximo da zona mais afetada pelo terramoto. O aeroporto de Manta encontra-se operacional, com uma equipa de emergência.

Foram também mobilizados dois hospitais móveis — um para a localidade de Portoviejo, próxima do aeroporto, e outro para a cidade de Pedernales, mais a norte, junto à costa. Um total de 241 profissionais de saúde, entre médicos, paramédicos e membros da Cruz Vermelha do Equador, foram mobilizados para estes dois hospitais, segundo as autoridades equatorianas.