A Mitsubishi Motors Portugal garantiu que “nenhum dos modelos” comercializados e homologados no mercado português “está afetado” pelas irregularidades nos testes de emissões de poluentes.
O fabricante de automóveis japonês Mitsubishi Motors admitiu esta quarta-feira ter manipulado testes de emissões poluentes em, pelo menos, 625.000 veículos, alguns dos quais construídos para a também nipónica Nissan.
“Neste momento e, tendo em conta a informação de que dispomos, nenhum dos modelos comercializados e homologados no mercado português e europeu está afetado pelo referido problema”, garantiu a Mitsubishi Motos Portugal em comunicado.
“Esta manhã, a Mitsubishi Motors Corporation informou que foram detetadas irregularidades, relacionadas com a homologação, no Japão, dos modelos eKSpace e eK Wagon. Estes modelos são comercializados única e exclusivamente no Japão e este problema afeta 625.000 veículos”, acrescentou a filial portuguesa, salientando que o grupo “decidiu parar com a produção e vendas dos referidos modelos”.
O anúncio surge numa altura em que a indústria automóvel tem sido sujeita a fiscalizações mais apertadas, depois de a alemã Volkswagen se ver envolvida num escândalo relacionado com fraudes nos testes de emissões.
A Mitsubishi Motors caiu esta quarta mais de 15% na bolsa de Tóquio após anunciar uma conferência de imprensa para explicar as “irregularidades” nos controlos de emissões poluentes, a maior queda desde julho de 2004.
“Pedimos as maiores desculpas a todos os nosso clientes e outras partes afetadas”, declarou o presidente do grupo japonês, Tetsuto Aikawa, numa conferência de imprensa no Ministério dos Transportes.
“O nosso cliente Nissan descobriu diferenças entre os valores fornecidos e aqueles encontrados e pediu-nos para rever os valores”, disse a Mitsubishi num comunicado, acrescentando que decidiu parar a produção e as vendas dos modelos em questão.
A Mitsubishi Motors, conhecida pelos seus modelos Outlander 4×4 e Pajero, fabrica cerca de um milhão de veículos por ano.
Para o ano fiscal que terminou em março de 2016, a empresa estima atingir um volume de negócios de 2,260 mil milhões de ienes (15,8 mil milhões de euros).
Os resultados serão publicados a 27 de abril.
O caso lembra o escândalo que abalou a Volkswagen nos últimos meses, depois de o fabricante alemão admitir ter instalado em 11 milhões de carros um ‘software’ capaz de falsificar os valores das emissões poluentes dos motores a diesel.
A Volkswagen arrisca-se agora a pagar milhões de euros em indemnizações e multas.