O ex-embaixador de Portugal no Conselho da Europa em Estrasburgo, Luís Filipe Castro Mendes, concedeu a sua primeira entrevista como ministro da Cultura esta quarta-feira, à RTP3. Castro Mendes ressalvou que embora tenha estado fora do país nos últimos anos, continuou a frequentar Portugal e que conhece o país. Ser ministro não estava no seu “plano de vida”, diz Castro Mendes, que diz ter ficado surpreendido com o convite de Carlos Costa.

O ex-embaixador considera que Portugal “está a mudar e há coisas muito interessantes que se estão a passar” acrescentando ainda que “há muita criatividade”.

O novo ministro da Cultura adiantou que pretende criar um Cartão Cultural e ligar o Ministério da Cultura aos da Ciência, Educação e Economia. Confirmou ainda que será apresentada em Serralves uma exposição com a Coleção Miró. O ministro não referiu mais medidas já que ainda se encontra a “arrumar as gavetas”.

Relativamente ao caso que afastou o seu sucessor, João Soares, afirmou apenas que não queria julgar ninguém, mas que “todos temos de ter um especial cuidado com as palavras”.

Sobre o caso da extinção do projeto do Eixo Belém-Ajuda referiu que é essencial não ser o CCB a “centralizar” a gestão integrada dos polos monumentais e patrimoniais da área e que essa gestão deve ser articulada entre a Câmara de Lisboa e o Ministério da Cultura.

Castro Mendes, poeta com vários livros publicados, elegeu na entrevista alguma das suas obras de arte favoritas. Os livros da sua vida são “A Montanha Mágica” de Thomas Mann e “Poemas” de Álvaro de Campos, sendo que “As Elegias de Duíno” de Rainer Maria Rilke é o livro de poesia que gostaria de ter escrito. O filme da sua vida é “Senso” de Luchino Visconti e considera que o livro mais importante que já escreveu foi “A Ilha dos Mortos”.

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