Na véspera de discutir na Assembleia da República os dois documentos de estratégia orçamental do Governo para os próximo quatro anos, o PS assegura que “a maioria que apoia o Governo é sólida”, afastando qualquer risco depois de o PCP ter afirmado publicamente não apoiar o Programa de Estabilidade. Ainda assim, os socialistas preferem separar o debate dos dois documentos da votação dos projetos de resolução sobre os mesmos.

Carlos César falava à saída de uma reunião com o Presidente da República, no Palácio de Belém, começando por desdramatizar as declarações de Jerónimo de Sousa, de manhã no mesmo local. “Seguramente uma das conquistas destes meses de Governo é a vitória de um novo conceito de estabilidade política, a maioria que apoia o Governo é sólida e está em consonância com os acordos que foram firmados e que previam não só as convergências, como também as divergências”, disse o líder parlamentar do PS que ainda acrescentou que “as convergências estão a ser realizadas e as divergências confirmadas”.

Aliás, o PS tenta mesmo encontrar uma forma de contornar as críticas, quase fazendo parecer que se associa a elas. Carlos César diz que é na conjugação dos dois documentos que está o ponto do exercício da atividade governativa dos próximos anos”. Coloca o Plano Nacional de Reformas como o bom da fita, ou “um acelerador de reformas” e ao Programa de Estabilidade chama o “um travão das ambições” do PS.

Ainda assim, os socialistas pretendem que o projeto de resolução do CDS (que recomenda ao Governo que reveja e submeta a votos, no Parlamento, o Programa da Estabilidade e o Plano Nacional de Reformas) seja apenas votado na sexta-feira, dia de votações, e não esta quarta-feira como queria os CDS, dia em que os dois documentos são debatidos pelos deputados. “No que à nossa vontade disser respeito, as votações serão feitas como sempre têm sido feitas, na sexta-feira”. Carlos César garantiu ainda que os documentos foram discutidos “num debate sem precedentes”: “Com os parceiros sociais e os nossos parceiros políticos”.

Execução orçamental não preocupa

O presidente da bancada parlamentar do CDS comentou ainda os números da execução orçamental, mais uma vez numa tentativa de desdramatizar, atribuindo ao alargamento do pessoal na área da Saúde no segundo semestre do ano passado, o agravamento da despesa. E declarou-se “confiante que a execução orçamental decorrerá conforme as previsões, se não existirem circunstâncias externas e de enquadramento da economia portuguesa que não tenham sido até agora previstas”. “Não se trata de uma execução orçamental negativa”, assegurou César garantindo que ela “não constitui motivo de preocupação”.

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