O Governo reconheceu a existência de atrasos do quadro comunitário de apoio Portugal 2020, afirmando estar a “desatar os nós” para acelerar “a todo o gás” a execução dos fundos estruturais.

“Estava montado e definido um sistema complexo e estamos a desatar os nós e a trabalhar, a todo o gás, para por no terreno as coisas que já deviam estar há muito tempo”, disse o secretário de Estado do Desenvolvimento e Coesão, Nelson de Souza.

O governante falava aos jornalistas, em Évora, no final da cerimónia de assinatura dos contratos de seis projetos aprovados pelo programa regional Alentejo 2020, no âmbito do Sistema de Apoio à Investigação Científica e Tecnológica.

Realçando que quando o atual Governo tomou posse os fundos estruturais “estavam francamente atrasados em matéria de execução”, o secretário de Estado frisou que, passados quatro meses, o novo Executivo conseguiu duplicar os pagamentos.

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“Não conseguimos fazer melhor, porque são quatro meses, em vez de dois anos, e porque aquilo que encontrámos já estava tudo negociado e não temos capacidade de renegociar tudo, senão demorávamos mais um ano”, assinalou.

O secretário de Estado explicou que a urgência de executar os fundos estruturais “não é nenhum campeonato face ao governo anterior”, mas sim “uma necessidade” para a economia portuguesa, devido à crise dos últimos anos.

“Por exemplo, relativamente ao investimento das autarquias só agora e já durante o mês de maio vão começar a ser aprovados os primeiros projetos, porque demos prioridade às empresas”, adiantou.

Sobre os seis projetos cujos contratos foram hoje assinados, o governante considerou que “podem não produzir resultados imediatos em termos de postos de trabalho ou de exportações mas apostam na consolidação do futuro da região”.

Estes seis projetos integram um grupo de 24 que vão ser apoiados pelo Alentejo 2020, no âmbito do Sistema de Apoio à Investigação Científica e Tecnológica, envolvendo um investimento total de 13,7 milhões de euros e um cofinanciamento de 11,4 milhões.

A maioria dos projetos tem como promotor a Universidade de Évora (UÉvora), mas existem também projetos do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), do Centro de Biotecnologia Agrícola e Agroalimentar do Alentejo (CEBAL) e do Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG).

O projeto do Laboratório da Água da UÉvora é o que envolve maior investimento, com quase 800 mil euros, prevendo a criação de sistemas de observação, previsão e alerta na atmosfera e em reservatórios de água do Alentejo.