José António Costa, que foi chefe de pessoal auxiliar na Escola C+S de Fornos de Algodres, decidiu dedicar-se ao passatempo da construção da aldeia em ponto pequeno depois de se ter reformado.

“Há quatro anos comecei a fazer a igreja (…) e depois entusiasmei-me e comecei a fazer a minha casa”, contou à agência Lusa.

Como gostou do trabalho inicial, avançou para a construção miniatural de todas as casas da aldeia de Infias, que dista três quilómetros da vila de Fornos de Algodres, no distrito da Guarda, apontando que falta fazer menos de um terço da povoação. “Falta do cemitério para cima. O resto já está tudo feito”, precisa.

Na construção das casas usa esferovite, que é revestido com cortiça. Utiliza fósforos para as portas, janelas e gradeamentos, e pedaços de madeira para fazer as chaminés, os telhados, e outros pormenores das construções. Por falta de material, ultimamente não tem feito as pequenas edificações, mas o artesão espera retomar o trabalho em breve para terminar de construir toda a localidade a uma escala reduzida.

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“Será um orgulho tentar fazer a aldeia toda completa, que fica mais bonita”, referiu, indicando que já executou cerca de cem construções.

Antes de fazer as reproduções em miniatura, o reformado fotografa ou filma os edifícios. O processo de construção, que é minucioso e requer muita paciência, é feito “devagarinho”, indica.

Como não trabalha “horas seguidas”, não sabe calcular o tempo que já gastou no projeto, pois muitos trabalhos são feitos à noite, após fechar o café que detém na localidade.

“Uma casa pode levar quatro a cinco horas a fazer, mas como tem que secar, por causa da cola, leva mais tempo. Estão aqui milhares de horas”, garante o reformado, que faz as obras “para passar o tempo”.

As peças em miniatura estão atualmente acondicionadas em prateleiras, no escritório de José António Costa. O artesão, que não vende as obras, gostava que, um dia, elas ficassem na sua casa, num espaço “tipo museu”, embora admita que pudessem ser expostas temporariamente na Junta de Freguesia, para ficarem à vista de todos.

O trabalho é valorizado pela esposa do artesão, Guilhermina Costa, de 61 anos, ao afirmar que “nunca tinha visto assim ninguém com este interesse, porque é [um trabalho que abrange toda] a aldeia”. “Que viva muitos anos para a acabar, porque a aldeia [em pequenas dimensões] ainda não está pronta”, desejou.

A habitante Maria dos Prazeres, de 71 anos, que já tem a casa feita em escala reduzida, diz que a obra “está bonita, está perfeita, está feita com carinho e com amor, porque nem toda a gente faz isto”.

“Está espetacular, pode continuar, que está um trabalho bonito”, disse à Lusa a moradora Luísa Gomes, de 64 anos, que também aprova o projeto de feitura da aldeia de Infias em miniatura.