Rodrigo Queiroz e Melo, presidente da Associação do Ensino Particular e Cooperativo, afirmou esta terça-feira à Rádio Renascença que que o Governo fez “tábua rasa” dos contratos que tinha assinado com as escolas particulares e que a associação tem sentido maior resistência nas negociações devido à presença de uma “ideologia de extrema-esquerda” no Governo.

Na sua opinião, existe na maioria “a noção de que uma escola uniforme controlada laboralmente tem um peso, e que uma intervenção política de uma escola livre e controlada pelas comunidades não tem” Daí que considere que o que está em causa neste debate é “uma visão de um serviço educativo ao serviço de uma ideologia política e não ao serviço dos alunos”

“Nunca tivemos esta dificuldade de avançar na complementaridade com o Partido Socialista”, afirmou ainda o entrevistado, apontando que o entrave às negociações está a ser feito devido à presença do BE e do PCP no bloco de apoio ao Governo.

Queiroz e Melo defendeu que os contratos da associação tentam dar a pessoas “que não tinham acesso ao ensino de qualidade” uma possibilidade de passarem a ter esse acesso, mas que a extrema-esquerda não aceita esse princípio e defende o monopólio do Estado.

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“Entristece-nos, porque o que está em causa nos contratos de associação é a possibilidade de pessoas que não tinham acesso ao ensino de qualidade passarem a ter”, disse Queiroz e Melo à Renascença.

O entrevistado do programa “Terça à Noite” afirmou ainda que existe uma incerteza quanto às expectativas criadas sobre a renovação da colocação de professores. No fundo, defende, o que está em causa é se “Estado honra ou não os compromissos assumidos e as expectativas criadas”.

O presidente da Associação do Ensino Particular informou que já recorreu à intermediação de Marcelo Rebelo de Sousa, que se terá mostrado compreensivo com o problema das escolas com contrato de associação.