Perto de uma centena de trabalhadores da empresa de molas para automóveis Impormol manifestou-se esta sexta-feira em Lisboa contra a possibilidade do encerramento da fábrica de Azambuja, situação que poderá deixar 180 pessoas no desemprego.

O protesto, que decorreu no Largo Camões, em Lisboa, foi convocado pela Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Elétricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas (Fiequimetal), tendo participado nesta também o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos.

A Frauenthal Automative (conhecida localmente como Impormol) suspendeu a sua produção no final de abril e comunicou aos trabalhadores que estavam dispensados de comparecer ao serviço.

A empresa, que labora há cerca de 40 anos, foi adquirida recentemente pela Heavy Metal Invest, com sede no Liechtenstein, que comprou 51% das ações em janeiro deste ano e as restantes 49% em março.

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Entretanto, há uma semana, a administração da empresa comunicou aos trabalhadores que iria avançar para um processo de insolvência.

“Viemos aqui hoje para sensibilizar o senhor ministro da Economia para a importância desta empresa. É uma empresa em que 100% do que produz é para exportar, sendo muito importante para a economia do país”, explicou aos jornalistas o porta-voz da comissão de trabalhadores, Fernando Pina.

O sindicalista referiu que para além das questões económicas também se deve ter em atenção os problemas sociais que um eventual encerramento poderá ter para a região de Azambuja e Cartaxo.

“Não somos um mero número que se pode descartar. Os trabalhadores têm familiares. Será mais uma machadada numa região que tem sofrido muito com a descentralização das empresas”, sublinhou.

Por seu turno, o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, afirmou que o sindicato “tudo fará para tentar manter a Impormol a laborar.

“Trata-se de uma empresa que tem equipamento e trabalhadores altamente qualificados e que fazem falta a Portugal. Da parte da CGTP tudo faremos para que não encerre portas”, assegurou.

A Lusa contactou a administração da empresa para obter um esclarecimento, sem sucesso até ao momento.

No protesto de hoje estiveram também presentes o presidente da Câmara Municipal do Cartaxo e o vice-presidente do município da Azambuja.