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Marcelo Rebelo de Sousa tinha qualquer conta para acertar. Até ao meio-dia, em Maputo, garantiu por mais de uma vez não ter “tentações presidencialistas”, mesmo sem ninguém lhe perguntar nada. Ainda não explicou porquê, mas em Lisboa a única coisa que o justifica é o texto da moção do BE.

Na moção de Catarina Martins, a porta-voz do Bloco, está escrito que existe uma “presente tentativa de presidencialização do regime político que marca o início do mandato do novo Presidente da República”. Em Maputo, numa visita ao mercado municipal, foi-lhe oferecida uma bengala de pau-preto que o chefe de Estado aceitou ao mesmo tempo negava intenções violentas no seu uso: “Um pacificador não tem tentações presidencialistas”.

Pouco depois, numa visita a uma escola de ensino técnico-profissional em Marracuene, o Presidente experimentava cada uma das áreas de formação, começando por compactar tijolo. Aí, de pá em riste batia no cimento: “Força, força, que eu sou um homem de afetos, não presidencialista”.

No mercado, antes disto, já tinha defendido, em declarações aos jornalistas, que “é muito mais eficiente o afeto do que propriamente a bengala”, que simboliza autoridade.

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