“Este incêndio não está sob controlo, de forma nenhuma”, afirmou ao The Guardian Rachel Notley, presidente do governo de Alberta – a província canadiana onde há uma semana deflagrou o incêndio que já obrigou as autoridades a evacuar a cidade petrolífera de Fort McMurray. Matthew Anderson, do serviço de incêndios da província, acrescentou à CBC News que um incêndio deste tipo “pode arrastar-se durante meses”.

As autoridades canadianas afirmam que o incêndio – que numa semana consumiu mais de 2.000 quilómetros quadrados de floresta – pode atingir o dobro do tamanho este domingo. As chamas só poderão ser controladas em breve se chover “significativamente”, explicaram as autoridades. Com o vento que é esperado para este domingo (entre 40 a 70 quilómetros por hora), as expectativas apontam para que os bombeiros tenham meses de trabalho pela frente.

“A situação permanece imprevisível e perigosa. É um incêndio enorme, perigoso e sem controlo”, disse o ministro da Segurança Pública, Ralph Goodale.

O incêndio de Fort McMurray já obrigou mais de 80.000 pessoas a evacuarem as suas casas e atinge uma área superior a 2.000 metros quadrados. As chamas já destruíram cerca de 1.600 estruturas. “Vai ser um processo bastante longo e [vai exigir] muito trabalho árduo”, afirmou Matthew Anderson.

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No sábado, o diretor do serviço de incêndios da província de Alberta, Chad Morrisson, já tinha dito que controlar as chamas gigantescas que estão a consumir a região iriam exigir “semanas e semanas de trabalho”.

O serviço de meteorologia da província prevê que na terça e quarta-feira caia alguma neve na região, por causa de uma frente fria que se aproxima. No local, estão a combater o “inferno” mais de 1.400 bombeiros, 133 helicópteros e 27 camiões-cisterna, que combatem 43 fogos diferentes. Na província de Alberta, foi decretado o Estado de Emergência.

As repercussões económicas do incêndio são enormes já que, segundo os especialistas, a Suncor, a Syncrude e a Shell reduziram a sua produção total de um milhão de barris por dia, que representa um quarto da produção inteira do país, constituindo uma perda de dezenas de milhões de dólares por dia.

A única boa notícia está no facto de os fogos “continuarem a afastar-se” de Fort McMurray e dos locais de produção de petróleo para nordeste, segundo Chad Morrisson, da agência de gestão de urgências, acrescentando que não representam uma ameaça para as populações, mas que provocam danos graves ao ecossistema.

Pelo menos dois portugueses tiveram de abandonar a cidade canadiana de Fort McMurray. Vivem cerca de 18 mil portugueses e lusodescendentes na província de Alberta e este é já considerado o maior desastre natural da história canadiana, com um custo previsto de nove mil milhões de dólares canadianos (seis mil milhões de euros).