O processo de venda do Novo Banco deverá ser, desta vez, mais flexível do que na tentativa de venda fracassada, em agosto de 2015. Segundo Luís Marques Mendes, as ofertas terão de ser apresentadas até “ao início do verão” e em cima da mesa está a possibilidade dos interessados comprarem menos de 100% da instituição atualmente liderada por Eduardo Stock da Cunha.

No seu habitual espaço de comentário na SIC, o ex-líder do PSD afirmou que “o processo de venda do Novo Banco está mesmo a começar” e que as propostas de todos aqueles que queiram concorrer à compra do banco devem ser “apresentadas até ao início do verão, ou seja, em junho ou julho”. As propostas em questão, diz o comentador, podem ter um formato flexível.

Podem apresentar propostas de compra de 100% ou de apenas 51%, para venda direta numa parte e bolsa noutra parte”. “É um processo diferente do passado”, garantiu Marques Mendes.

Quem é que é o verdadeiro líder da oposição?

Quando questionado sobre quem é o verdadeiro líder da oposição — se o PSD ou o CDS –, Marques Mendes apontou o dedo na direção de Assunção Cristas que, juntamente com o CDS, “tem vindo a marcar pontos” em três áreas: no plano parlamentar, onde “é ela quem lidera o debate”, “no plano de criar dificuldade à maioria de esquerda” e “no plano da agenda”.

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O comentador argumentou também que o PSD tem cometido alguns erros — como o facto de “desvalorizar muito Assunção Cristas” — e que “anda à procura de um registo”, além de “andar às picardias com o Presidente da República”, deixando António Costa “à solta”. “Acho que continua muito à defesa, a não ter uma agenda com uma iniciativa marcante.”

“Um ataque de natureza política”

Sobre a nova polémica na educação, com Passos Coelho a acusar o ministro da Educação de “representar outros interesses” e o Governo a reagir, qualificando as acusações de “inaceitáveis” e exigindo explicações, Marques Mendes disse apenas que a posição do líder do PSD foi “um ataque de natureza política” e que o pedido de explicações por parte do Governo se faz “quando se quer desviar as atenções do fundo da questão”.

O comentador salientou ainda que em causa está a confiança das escolas no Governo, salientando que “a qualidade do ensino devia ser o critério a decidir” e que “a escola pública precisa de mais qualidade, precisa de mudar um conjunto de regras”.

“Esta visita tinha tudo para correr mal”

A viagem de cinco dias do Presidente da República a Moçambique não passou ao lado do comentário, com o ex-líder do PSD a argumentar que, apesar de ter “todos os ingredientes para correr mal, para dar errado”, aquela foi uma viagem de sucesso.

Marques Mendes destacou sobretudo a afetividade de Marcelo Rebelo de Sousa para com o país, uma qualidade que diz ser muito importante nas relações entre países, mas também a mediação entre o conflito que existe entre o Governo daquele país e a RENAMO.

Acho que o Presidente agiu bem, foi um verdadeiro diplomata. Por um lado não se ofereceu para mediar porque isso podia ser visto como uma ingerência nossa nos assuntos internos de Moçambique, mas, ao mesmo tempo, ofereceu a sua disponibilidade para ajudar.”