Werner Faymann anunciou esta segunda-feira o abandono do cargo de chefe do governo na Áustria. O até agora chanceler austríaco não aguentou a pressão de mais um desaire eleitoral, a primeira volta das eleições presidenciais do mês passado, em que a extrema-direita teve um resultado recorde.

A notícia foi avançada esta segunda-feira pelo presidente do partido dos sociais democratas austríacos e está a ser citada pelas agências internacionais, incluindo a Bloomberg. Foi, também, já confirmada pelo próprio Faymann.

Tanto os sociais democratas de Faymann como os conservadores do Partido Popular, que estão em coligação governativa, sofreram derrotas pesadas nas últimas eleições presidenciais. Para as bases do partido, esta terá sido a gota de água que fez transbordar um copo de sucessivos desaires eleitorais nos últimos anos.

O cerco a Faymann apertou-se nos últimos dias e Faymann, que tinha descartado a hipótese de se demitir, acabou por ceder. O próprio já confirmou, entretanto, o pedido de demissão com efeitos imediatos, justificando-o com a perda de apoio dentro do partido.

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Werner Faymann era o chefe de governo europeu em funções há mais tempo, apenas superado por Angela Merkel.

Na primeira volta das eleições presidenciais, os dois partidos que suportam o governo tiveram menos de um quarto dos votos. Foi a primeira vez desde o pós-guerra que estes dois partidos tiveram menos de 50% dos votos. O candidato da extrema-direita, o Partido da Liberdade, Norbert Hofer, conseguiu sozinho cerca de 35% dos votos.

A segunda volta das eleições presidenciais está marcada para 22 de maio.