O Departamento de Justiça dos Estados Unidos processou, esta segunda-feira, a Carolina do Norte. Em causa está a chamada “lei da casa de banho”, que exige que as pessoas utilizem os WC públicos correspondentes ao género determinado nas certidões de nascimento e não aquele com que cada um se identifica. Horas antes de o processo ser notícia na imprensa internacional, o governador da Carolina do Norte, Pat McCrory, também decidia levar o Departamento de Justiça aos tribunais por contestar a respetiva lei.

“Estamos a levar a administração Obama a tribunal. Eles estão a contornar o Congresso ao tentar reescrever leis e políticas para o país inteiro, não apenas para a Carolina do Norte”, escreveu esta segunda-feira Pat McCrory na sua conta de Twitter.

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A lei implementada em março por McCrory está no centro da polémica por impedir transexuais de frequentarem as casas de banho públicas do género que lhes diz respeito. Na base da decisão tomada na Carolina do Norte está o “senso comum”, mas nem todos pensam assim.

Uma das principais advogadas dos direitos civis do Departamento de Justiça, Vanita Gupta, já havia enviado uma carta às autoridades daquele estado, acusando-o de violar os direitos civis e dando-lhe um prazo (que terminava a 9 de maio) para “reparar essas violações”. Na mesma carta era possível ler que, a continuar com a lei, o estado da Carolina do Norte corria o risco de perder milhões de dólares de ajuda financeira federal.

A polémica não é propriamente recente e nem tão pouco se restringe aos círculos políticos norte-americanos. O cantor Bruce Springsteen já cancelou um espetáculo naquele estado como forma de protesto à “lei da casa de banho” e a 25 de março o New York Times publicava um editorial onde escrevia que a Carolina do Norte pioneira em intolerância.