Três arguidos, dois deles irmãos, acusados pelo Ministério Público (MP) de matarem um homem em janeiro de 2015, em Caneças, por causa de um negócio de droga, conhecem esta segunda-feira o acórdão no Tribunal de Loures.

Dos três homens, com idades entre 31 e 36 anos, dois estão em prisão preventiva, sendo um dos arguidos reincidente, pois já cumpriu pena de prisão efetiva por tráfico de droga.

Nas alegações finais, o MP pediu a condenação de dois dos arguidos por homicídio qualificado e tráfico de droga, e condenação do terceiro elemento apenas por tráfico de droga.

Segundo o despacho de acusação do MP, a que a agência Lusa teve acesso, a vítima tinha consigo dois quilogramas de canábis, que pretendia negociar com os dois irmãos, uma vez que sabia que estes se dedicavam à venda de estupefacientes.

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Após vários contactos, vítima e arguidos marcaram um encontro junto à casa dos suspeitos, na noite de 15 de janeiro. Contudo, o negócio não se concretizou nessa noite, porque a vítima estava com um amigo e os arguidos pediram-lhe que voltasse no dia seguinte, mas sozinha.

Assim, na noite de 16 de janeiro, “enquanto um dos irmãos ficou em casa a guardar a droga, os dois outros elementos, após atarem as mãos e os pulsos da vítima, obrigando-a a entrar na sua própria viatura, conduziram por um caminho de terra batida”, descreve a acusação. Um dos arguidos levou o automóvel da vítima e outro seguiu na sua viatura.

Chegados a um local de difícil acesso, “retiraram Alexandre Sousa do carro e mantiveram-no manietado, tendo um deles efetuado dois disparos na direção da cabeça da vítima, que viria a falecer no dia seguinte”, segundo o MP.

De seguida, os dois homens conduziram cerca de cinco quilómetros, até Almargem do Bispo (Sintra), onde regaram a viatura da vítima com gasolina e lhe atearam fogo.

Os três arguidos respondem em coautoria por homicídio e roubo qualificados, sequestro e tráfico de droga. A leitura do acórdão está agendada para as 14:00 na Instância Central Criminal de Loures, Juiz 4.