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Null. A ilha que está nos mapas, mas que não existe

Este artigo tem mais de 5 anos

Podia ser um paraíso na Terra, mas não existe. Foi criada para ajudar os cartógrafos a não se perderem quando criam as coordenadas que usamos no GPS. E podia nem sequer estar onde a imaginamos.

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LightRocket via Getty Images

LightRocket via Getty Images

Todos pensamos no mesmo se nos pedirem para imaginar uma ilha algures no Golfo da Guiné. A toalha estendida na areia branca e macia, o mar quente e transparente a molhar-nos os pés, um coqueiro ali perto a contrastar com o azul do céu e muita fruta exótica fresca e doce – mangas e abacates, talvez – mesmo à mão de semear. Parece um mundo irreal. E se calhar é mesmo, se estivermos a falar da Ilha Null, que está desenhada nos mapas, mas que na verdade não existe.

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Representação da Ilha Null. Créditos: Ian Cairns on GitHub 2013.

algumas ironias à volta da Ilha Null: é que, apesar de não existir nem nunca ter existido, é o local mais visitado nos sistemas de informação geográfica. A justificação parece ser simples: as pessoas querem conhecer o pedaço de terra imaginário desenhado precisamente nas coordenadas 0ºN0ºE, que é como quem diz, no ponto de intersecção da linha do equador terrestre com a linha meridional de Greenwich. Em 2011, esta ilha começou a ultrapassar vários outras em turismo, mesmo que apenas na imaginação: foi desenhada nos mapas em domínio público da Natural Earth, uma base de dados com mapas do mundo inteiro que têm como objetivo satisfazer as necessidades dos cartógrafos.

E foi precisamente a pensar neles que a Ilha Null nasceu, com um humilde metro quadrado de área: ela ajuda os analistas e cartógrafos a detetar erros enquanto se dedicam à produção de geocódigos, isto é, de coordenadas geográficas que se querem com a maior precisão possível. Nos sistemas de informação geográfica, a geocodificação passa essencialmente por converter moradas nessas coordenadas, para que os locais sejam facilmente encontrados quando consultamos um mapa, usamos o GPS ou simplesmente acedemos ao Google Maps.

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Esta é uma função hercúlea da Natural Earth. Porque apesar de este ser uma conversão maioritariamente informatizada, serve-se de informação que foi introduzida pelo ser humano. E como ninguém é perfeito – nem mesmo o software desta base de dados – eis que surgem dados mal introduzidos, outros mais confusos e erros de programação que se traduzem em localizações mal dadas e prédios que não existem. Então, o tal Hércules da Natural Earth é a Ilha Null, que serve de ponto de referência para todos os outros e facilita a cartógrafos e analistas encontrarem locais mal mapeados ou traduzidos.

A localização da Ilha Null não é fixa: o facto de ela ter latitude zero e longitude zero deve-se ao facto de se basear no Sistema Geodésico Mundial de 184, que é também o mais comum do mundo porque é utilizado nos sistemas GPS que temos no carro e nos telemóveis. Se utilizássemos outros sistemas, a mesma ilha imaginária de Null estaria noutros lugares do planeta, porque a representação da Terra também é diferente – ora elíptica, ora esférica, dependendo do sistema usado para representá-la. Conclusão: a localização 0,0 podia estar em centenas de outros lugares. E assim passaríamos ter um Arquipélago de Null.

Mas não pense que, afinal de contas, o ponto de coordenadas 0ºN 0ºE está completamente vazio. Aqui fica a Estação 13010 ou Soul, explorada pelo Programa de Previsão e Investigação Moored Array (PIRATA), que recolhe continuamente dados sobre a temperatura atmosférica, a direção e velocidade do vento e a temperatura do oceano.

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