O papa Francisco anunciou esta quita-feira a intenção de criar uma comissão para estudar a possibilidade de as mulheres acederem ao diaconado, podendo substituir os padres em alguns sacramentos, como o batismo.

Perante várias centenas de religiosas, o papa respondeu afirmativamente a uma que perguntou se não era altura de criar uma comissão para estudar esta questão, de acordo com as agências noticiosas italianas.

“Penso que sim, fazia bem à Igreja esclarecer este ponto. Concordo. Falarei para que se faça qualquer coisa desse género”, declarou Jorge Bergoglio, questionado por uma das religiosas sobre a possibilidade de criar uma comissão para estudar a possibilidade de abrir o diaconado às mulheres, de acordo com as agências noticiosas italianas.

Francisco falava perante cerca de 900 superioras gerais de vários institutos e congregações religiosas, durante um encontro realizado no Vaticano.

Questionado pela agência noticiosa France Presse, o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, recusou confirmar a informação e disse aguardar por um esclarecimento das declarações do papa.

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Na Igreja Católica, os diáconos podem celebrar batismos, casamentos e funerais. Apenas os padres podem celebrar missa ou confessar fiéis.

O diaconado é a primeira etapa para o sacerdócio, mas o Concílio Vaticano II restabeleceu o diaconado permanente, acessível a homens casados, que assumem algumas funções quando não há padres ou são seus assistentes.

O papa Francisco referiu, em várias ocasiões, a sua vontade de resolver a desigualdade existente atualmente entre homens e mulheres na Igreja, mas até agora tomou poucas medidas concretas.

Recentemente, o papa afirmou ser pouco possível que as mulheres acedam ao sacerdócio, e explicou que os seus antecessores, sobretudo João Paulo II, examinou longamente esta proposta antes de responder negativamente.