Morreu este domingo, aos 73 anos, o cientista francês André Brahic, vítima de cancro. A informação foi avançada pelos meios de comunicação social do país e confirmada pela Sociedade Francesa de Astronomia e Astrofísica na sua página no Facebook.

Brahic ficou conhecido por ser um dos cientistas responsáveis pela descoberta dos anéis e arcos de Neptuno, em 1984, cinco anos antes da confirmação fotográfica pela sonda Voyager. A sua dedicação à divulgação da astronomia francesa no mundo foi representada na sua obra: Brahic nomeou três dos arcos de Neptuno como Liberdade, Igualdade e Fraternidade, em homenagem ao bicentenário da Revolução Francesa, segundo conta o jornal Le Figaro.

Nascido em 1942 em Paris, o francês era dos principais especialistas do mundo em formação do sistema solar e trabalhou no Commissariat à l’Energie Atomique e na Universidade de Paris. Desde 1991, fazia parta da equipa responsável pela sonda Cassini, lançada em 1997 para investigar novas evidências sobre a formação e órbita de Saturno.

O seu trabalho rendeu-lhe diversas homenagens e prémios. Em 1990, o asteróide (3488) Brahic foi nomeado em sua honra. Recebeu ainda as medalhas Carl-Sagan, em 2000, e o prémio Jean Perrin, em 2006, pelo seu trabalho na divulgação da ciência planetária. Em julho de 2015, foi nomeado Cavaleiro da Legião de Honra, a mais alta condecoração honorífica francesa.

Segundo descreve Le Figaro, Brahic sonhava em lançar uma nova sonda em direção a Netuno, que teria uma chegada prevista para 2057, segundo os cálculos do próprio cientista, quando teria 115 anos. “Se me entrevistarem em 2059, provavelmente estarei um pouco cansado”, referia-se em tom de brincadeira sobre o seu projeto, em entrevista citada pelo Figaro.

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