As potências mundiais reunidas em Viena para discutir a situação na Líbia afirmaram-se esta segunda-feira dispostas a levantar o embargo e fornecer armas ao novo governo de unidade da Líbia para combater o grupo extremista Estado Islâmico.

“O Governo de Unidade Nacional manifestou a intenção de apresentar pedidos de exceção ao embargo de armas junto do comité de sanções à Líbia da ONU para adquirir as armas letais necessárias para combater grupos terroristas em todo o país. Vamos apoiar plenamente estes esforços”, afirmam num comunicado 25 representantes mundiais.

O texto, lido à imprensa pelo chefe da diplomacia dos Estados Unidos, John Kerry, foi aprovado numa reunião em Viena sobre a instabilidade e a expansão do ‘jihadismo’ na Líbia, e a ameaça que representam para a Europa.

A reunião é copresidida pelos Estados Unidos e pela Itália e conta com a participação de ministros dos Negócios Estrangeiros de mais de duas dezenas de países – incluindo a Rússia, Arábia Saudita, China, Egito, Tunísia, Alemanha, França e Reino Unido -, da chefe da diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini, e do enviado especial da ONU para a Líbia, Martin Kobler.

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A Líbia vive uma situação de caos desde a revolução de 2011 que depôs Muammar Kadhafi, com o apoio da NATO.

Em 2015, ao conflito político protagonizado por dois governos rivais juntou-se a entrada em território líbio do grupo extremista Estado Islâmico, que estabeleceu um bastião em Sirte, cidade natal de Kadhafi.

O recém-formado governo de unidade nacional, apoiado pela comunidade internacional, tem conseguido afirmar a sua autoridade na capital, Tripoli, mas não conseguiu o apoio do governo e parlamento rivais.

O primeiro-ministro do governo de unidade, Fayez al-Sarraj, apresentou esta segunda-feira em Viena às potências mundiais uma lista de apoios – armamento, treino e informações — que considera necessários para a estabilização do país.