O Tribunal de Portimão condenou a 16 anos e meio de prisão o homem que, em 2015, sequestrou várias pessoas e feriu um polícia na Comissão de Proteção de Crianças de Lagos, no Algarve, informou fonte judicial.

De acordo com a informação publicada na página da internet da Procuradoria da Comarca de Faro, o homem foi condenado a 16 anos e meio de prisão, “pelos crimes de homicídio qualificado tentado, sequestro agravado e detenção de arma proibida, pelos factos ocorridos em outubro de 2015 nas instalações da comissão, e ainda pelos crimes de violência doméstica e de violação cometidos contra a companheira ao longo de vários anos”.

A Procuradoria acrescentou que o homem vai continuar “em prisão preventiva até ao trânsito em julgado da sentença”.

O homem, desempregado, de 40 anos, armado com uma caçadeira de canos serrados, uma pistola de calibre 7.65 milímetros e um punhal de mato, barricou-se nas instalações da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ), onde manteve três pessoas reféns durante cerca de oito horas.

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Os primeiros elementos da esquadra da PSP de Lagos que acorreram ao local foram recebidos a tiro, tendo o disparo de caçadeira sido efetuado através do vidro, ferindo um polícia na cabeça.

Os reféns, uma psicóloga e um professor, ambos funcionários da CPCJ, e um militar da Guarda Nacional Republicana saíram ilesos.

Ao longo do sequestro, o homem exigiu falar com os filhos menores, que lhe tinham sido retirados, no âmbito de um processo de violência doméstica.

As negociações da polícia duraram oito horas, “com muitos avanços e recuos, mas acabou por não ser necessária a utilização da força”, referiu na altura o comandante distrital da PSP de Faro, o superintendente Viola da Silva, que comandou a operação policial.

Além das armas municiadas, o sequestrador tinha alegadamente na sua posse 29 cartuchos de calibre 12 (caçadeira) e 24 munições de 7.65 milímetros.