“O mar deve servir para capitalizar a inserção dos países lusófonos nas diversas latitudes e, assim, para a afirmação global da CPLP, dentro e fora do espaço da lusofonia”, disse esta quarta-feira o secretário executivo da organização.

“O mar pode potenciar importantes mais-valias na obtenção de complementaridade, de sinergias e na criação de cadeias de valor nos blocos regionais de integração económica em que os países da CPLP [Comunidade de Países de Língua Portuguesa] estão inseridos”, disse quarta em Díli, Murade Murargy.

“O mar pode assim ser um meio para ganhos de eficiência da própria organização, para afirmação da CPLP dentro e fora do espaço da língua portuguesa, num momento em que já existe mais focalização económica da agenda” lusófona, explicou.

Murargy falava na abertura da terceira reunião dos ministros dos Assuntos do Mar da CPLP, dedicada aos “desafios e oportunidades do mar no espaço lusófono” e onde estão presentes representantes de sete dos Estados-membros da comunidade (os ausentes são Angola e Guiné-Bissau).

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“O mar é a nossa fronteira comum e é parte viva das nossas sociedades e economias. Esteve sempre presente, é um enorme potencial estratégico à escala global e deve ser um elemento para fortalecimento da CPLP”, reforçou.

O encontro de Díli foca-se em quatro eixos centrais de debate – diálogo multissetorial, economia azul, cooperação e conservação e uso sustentável de mares e oceanos – que deverão ser vertidos na declaração final e plano de ação.

Murargy recordou que a aprovação desse plano de ação para uma estratégia dos oceanos da CPLP “dotará finalmente a organização com um instrumento operacional” que permitirá “concretizar objetivos definidos e reforçar cooperação multilateral, a partilha de experiências em governação e a coordenação interministerial entre os Estados membros”.

Na sua intervenção, Murargy recordou a importância de integrar em qualquer estratégia a conservação e proteção dos recursos marinhos e, nesse quadro, destacou a iniciativa de ter sido organizado um seminário sobre lixo marinho no âmbito destes encontros de Díli.

O seminário, em que participaram representantes de Governos e da sociedade civil, foi dinamizado, a convite dos anfitriões, pela Associação Portuguesa do Lixo Marinho (APLM), tendo resultado num conjunto de recomendações que deverão ser integradas nos documentos finais da reunião ministerial.

O Brasil é representado no encontro pelo contra almirante da Marinha Marcos Borges Sertã, Cabo Verde pelo ministro da Economia e Emprego José Gonçalves e a Guiné Equatorial por Tito Mba Ada, representante permanente do país junto da CPLP.

Moçambique é representado pelo vice-ministro da Defesa Nacional, Patrício José, Portugal é representado pelo secretário de Estado das Pescas, José Apolinário, São Tomé e Príncipe pelo ministro da Defesa e Mar Carlos Olimpo Stock.

Estanislau da Silva, ministro de Estado e Coordenador dos Assuntos Económicos e ministro da Agricultura e Pescas timorense, é o anfitrião do encontro.