A informação foi transmitida hoje à Lusa pelo Ministério da Agricultura angolano, dando conta que a assinatura deste acordo acontecerá durante a visita de trabalho que o ministro da tutela, Afonso Pedro Canga, realizará à Índia, entre 25 e 30 de maio.

Com este memorando de entendimento, serão fortalecidas as relações bilaterais de cooperação no setor agropecuário, florestal e desenvolvimento, “incluindo os aspetos relativos à produção primária, sua transformação, valor acrescentado, comercialização e ampliação dos mercados em conformidade”, refere uma nota do ministério angolano.

A produção agrícola, investigação agrária e veterinária, desenvolvimento florestal, pecuária, extensão rural, irrigação, formação de quadros e a engenharia rural e agroindústria são algumas das “áreas de prioridades” para a cooperação com que Angola conta por parte da Índia.

Durante a presença na Índia, o ministro da Agricultura angolano deverá visitar fábricas de produção de máquinas e equipamentos agrícolas, instituições de investigação agronómica e veterinária e empresas de produção de sementes, além de se reunir com empresários agrícolas e bancos que financiam este setor.

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Angola vive desde 2015 uma profunda crise económica e financeira decorrente da quebra das receitas com a exportação de petróleo e já este ano o Governo lançou um programa que visa diversificar a economia, reduzindo as importações e aumentando as exportações, tendo a agricultura como um dos pilares.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou a 06 de abril que Angola solicitou um programa de assistência para os próximos três anos, cujos termos foram debatidos nas reuniões de primavera, em Washington, prosseguindo durante uma visita ao país, agendada para o período entre 01 e 14 de junho.

O ministro das Finanças de Angola, Armando Manuel, esclareceu entretanto que este pedido será para um Programa de Financiamento Ampliado para apoiar a diversificação económica a médio prazo, negando que se trate de um resgate económico.

Armando Manuel garantiu em abril que este tipo de apoio (EFF) tem um “cunho” de assistência técnica e servirá para maximizar o potencial dos setores das minas, agricultura, pescas e turismo do país, para assim “gerar mais renda fiscal”.

“Em função das circunstâncias, [o programa] pode trazer pacotes financeiros para apoiar as medidas de política que venham a ser implementadas”, disse, mas sem quantificar montantes possíveis, apesar de questionado nesse sentido.

Segundo o Ministério das Finanças, o EFF é um instrumento financeiro “direcionado a reformas estruturais voltadas para a diversificação da economia, reforço da balança de pagamentos, com propósito cimeiro de fortalecer os pilares da sustentabilidade da nossa economia”, ao contrário dos resgates económicos.

PVJ // VM

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