Apenas oito pessoas compareceram este sábado numa manifestação em Bruxelas convocada para pedir a “libertação imediata” de ativistas angolanos e fazer críticas ao regime do presidente de Angola, José Eduardo dos Santos.

Junto de um restaurante português, que costuma reunir a comunidade lusófona na capital belga, Correia Pedro, um dos responsáveis da ação, disse à agência Lusa que esta ação visa pedir a “libertação de ativistas políticos e pedir o fim das violações dos direitos humanos”.

O diminuto número de participantes esta tarde foi justificado pelo responsável por ter sido “uma ação muito rápida e sem tempo para mobilizar a comunidade”, acrescentando terem decorrido “muitas ações anteriormente” em Bruxelas, mas também em França ou no Reino Unido através de uma associação de diáspora angolana (UDA).

Segundo o mesmo responsável, vivem na Bélgica cerca de cinco a seis mil angolanos, a maior parte dos quais na zona de Antuérpia.

“Estamos aqui a mostrar a solidariedade e mostra a nossa indignação. Quanto aos 17 jovens presos, foi um processo fabricado, sem provas”, afirmou Correia Pedro, enquanto no megafone utilizado por uma manifestante se ouvia “José Eduardo Abaixo, viva os jovens, viva Angola, Liberdade”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Correia Pedro acrescentou ainda que o processo dos 17 jovens, no qual se inclui o luso-angolano Luaty Beirão, “não passa de uma intimidação para fazer calar as vozes discordantes”.

“Vamos continuar até que as autoridades angolanas respeitem os direitos humanos e libertem os nossos concidadãos injustamente condenados”, sublinhou. Correia Pedro não deixou de saudar a libertação do ativista José Marcos Mavungo, criticando, porém, que o “sistema judiciário esteja dependente do poder político”.

Junto do grupo liam-se frases em português, francês e inglês pedindo a libertação de presos e criticando o regime angolano. Perante as palavras de ordem gritadas, duas mulheres, apresentando-se como nacionais do Djibuti, fizeram questão de parar e perguntar a razão da concentração.

Depois de explicadas as razões, as duas mulheres lamentaram que haja “tantas ditaduras em África” e concluíram com incentivos: “muita coragem e continuem a luta”.