O ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, considerou este sábado que o acordo assinado com a Atlantic Gateway para compra e venda de ações da TAP corresponde a uma estabilização definitiva da empresa.

“O mais importante é que estes instrumentos correspondem à estabilização definitiva da empresa no seu novo formato”, afirmou o ministro numa conferência de imprensa, acrescentando que o futuro estratégico da companhia aérea portuguesa terá uma palavra do Estado português.

De acordo com o ministro, que deseja ver tudo resolvido “num prazo de três meses”, o processo de recapitalização irá continuar em junho. Nessa altura, será nomeado o conselho de administração da transportadora, que será “indicado pelo Estado e com voto de qualidade”, explicou Pedro Marques, citado pelo Económico. Segundo o ministro, o Estado irá ainda “subscrever 30 milhões de euros do empréstimo obrigacionista”.

O acordo de compra e venda de ações da TAP, assinado sexta-feira, permite ao Estado ficar com 50% de ações da transportadora aérea, resultado das negociações com o consórcio Gateway, que tinha 61% do capital da companhia e que agora fica com 45%, podendo chegar aos 50% com a aquisição do capital à disposição dos trabalhadores.

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Participação chinesa pode chegar aos 20%

Na mesma conferência de imprensa, Humberto Pedrosa, representante da Atlantic Gateway, referiu que os chineses da HNA irão entrar no capital da Azul, a companhia do brasileiro David Neelman que integra a Atlantic Gatewayas, que “que subscreveu obrigações da TAP convertíveis em ações”. “A HNA terá uma participação indireta na TAP de 13% com a conversão das obrigações por parte da Azul que, somando aos 7% de que falei, poderá chegar aos 20%“, cita o Económico.

“A TAP será uma companhia de capitais mistos gerida como se fosse privada”, salientou Pedrosa. O representante da Atlantic Gateway indicou ainda que “a dívida bancária e financeira da empresa ronda os 600 milhões de euros”.

Sobre a participação chinesa no capital da TAP, o ministro do Planeamento e das Infraestruturas afirmou apenas que há a expetativa de que seja possível conseguir uma aproximação ao oriente para ter “tão cedo quanto possível” uma ligação a essa zona, nomeadamente a Pequim.

A conferência de imprensa deste sábado serviu para dar conta dos termos do acordo entre o Governo e a Atlantic Gateway de compra e venda de ações da TAP, que permitirá ao Estado ficar com 50% do capital da transportadora aérea.