O Presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, estimou esta segunda-feira em mais de 10 mil o número de mortos no conflito armado no leste do país, pelo qual responsabilizou a Rússia, e calculou em mais de 20 mil o número de feridos.

“Já há mais de dois anos que o meu país é alvo da agressão russa. As consequências humanitárias desta agressão são mais de 10 mil ucranianos mortos, mais de 20 mil feridos e cerca de 1,8 milhões de deslocados”, disse Poroshenko, citado no site da Presidência ucraniana.

Segundo os mais recentes dados da ONU, foram mais de 9 mil pessoas, entre combatentes e civis, os mortos no leste da Ucrânia nos pouco mais de dois anos de duração do conflito deflagrado depois da rebelião separatista pró-russa nas regiões orientais de Donetsk e Lugansk.

Tanto Kiev como o Ocidente acusam a Rússia de apoiar com armas e tropas os separatistas pró-russos.

Moscovo nega qualquer envolvimento direto no conflito e reconhece apenas o seu apoio às aspirações dos rebeldes de obter uma grande autonomia no âmbito de um Estado federal.

Mais de um ano após a assinatura dos Acordos de Minsk para a solução pacífica do conflito, Kiev e os separatistas foram incapazes de manter o cessar-fogo, apesar das muitas tréguas adotadas umas atrás das outras, no âmbito do chamado Grupo de Contacto para a Ucrânia, único fórum de diálogo em que as duas partes se sentam à mesma mesa.

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Também não há acordo no que respeita à convocação de eleições locais em 2016 nas zonas controladas pelos pró-russos.

A Rússia e os rebeldes acusam a Ucrânia de se recusar a aplicar a parte política dos acordos: revisão constitucional, descentralização, amnistia e concessão de um estatuto especial às zonas controladas pelos separatistas.

Kiev, por sua vez, recusa-se a reconhecer legitimidade às autoridades rebeldes e exige a Moscovo que retire as tropas do leste da Ucrânia e que entregue aos militares ucranianos o controlo de toda a fronteira entre ambos os países.