Ninguém sabe muito bem porque é que as mulheres da comunidade indígena de Kayan Lahwi começaram a utilizar anéis de cobre no pescoço. Nas regiões montanhosas de Mianmar e no oeste da Tailândia tornaram-se um símbolo de beleza: quanto mais alto parecer o pescoço de uma mulher, mais ela é desejada pelos homens Padaung, outro nome para esta comunidade nativa do sudeste asiático. E este hábito trazia ainda outras vantagens: dizem os nativos que assim conseguem garantir que as mulheres não são atraentes para outras etnias. E que ficam mais protegidas de eventuais ataques dos tigres (que atacam os pescoços das presas).

As “mulheres girafa”, como normalmente são chamadas no Ocidente, começam a utilizar estes colares de bronze com apenas cinco anos e depois acrescentam mais aneis à medida que crescem. O peso do bronze empurra as clavículas para baixo e a caixa torácica vai-se comprimindo. Os pescoços das mulheres Padaung não são de facto mais compridos: esta é uma ilusão criada pelo colar em forma de bobina e pelo facto de a caixa torácica se tornar mais curta.

Em 1935, as características culturais das mulheres Padaung eram consideradas uma grande atração de circo em países como o Reino Unido. As imagens que vai encontrar na fotogaleria mostram a chegada de um grupo à capital britânica, Londres, nesse mesmo ano.

Entretanto, desde então, várias mulheres Padaung começaram a retirar os colares em manifestações contra a “exploração cultural” desta comunidade indígena, e em busca de novas oportunidades para estudar no ocidente. Essas manifestações tornaram-se particularmente mais vincadas em 2008.

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