“Querido Jean-Claude Juncker”, assim começa a missiva enviada por Mariano Rajoy a Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, após a decisão desta instituição europeia de adiar a possibilidade de sanções para Espanha e Portugal para julho. Numa carta em que trata o líder da Comissão Europeia por tu, o primeiro-ministro espanhol explica as dificuldades de Espanha durante a crise e a dificuldade em cumprir as metas do défice, assim como os sucessos dos últimos tempos, nomeadamente a criação de 600 mil postos de trabalho. Mas é o último parágrafo que está a agitar a política do país vizinho, já que Rajoy promete medidas adicionais de ajustamento já para a segunda metade de 2016.

A carta de Rajoy a Bruxelas

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Leia aqui a carta de Mariano Rajoy enviada a Bruxelas.

A carta foi divulgada na segunda-feira pelo El Pais e, em quatro páginas, Rajoy explica a evolução da economia espanhola nos últimos cinco anos e dá conta da situação política no país que tornou impossível a formação de um Governo e fez com que se marcassem novas eleições para 26 de junho. Rajoy assegura ainda que “os objetivos essenciais da política económica da união são a estabilidade da zona euro e a melhoria do bem-estar das sociedades”. No fim de fazer este diagnóstico, Rajoy diz que quando houver novo Governo em Espanha estará disposto “a adotar novas medidas, se forem necessárias, para cumprir o objetivo” de ter um défice abaixo dos 3% em 2017.

As críticas não se fizeram esperar dos restantes partidos a concorrer às eleições, com o PSOE a dizer que o PP tem de submeter a votação todas as suas medidas, e com Pedro Sanchéz, líder do partido, a acusar Rajoy de “mentir sem pudor”. Já o Ciudadanos questiona como é possível Rajoy comprometer-se com Bruxelas sem saber se governará e a coligação Unidos Podemos – que junta o Podemos e a Esquerda Unida – diz que “este é o programa eleitoral oculto”.

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