Os manifestantes contra a nova lei do trabalho levantaram o bloqueio à maioria das refinarias e parques de armazenamento de combustíveis em França, com apenas uma exceção na região de Paris.

Todos os bloqueios foram levantados permitindo o livre acesso às instalações, com a exceção da refinaria de Gargenville onde se mantém a greve, avançou esta sexta-feira à tarde um porta-voz do secretário de Estado dos Transportes à agência AFP.

A França foi varrida esta semana por uma série de greves e bloqueios que afetaram as refinarias, centrais nucleares, operadores ferroviários e controladores aéreos. Todos contra a revisão da lei do trabalho do governo socialista.

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Ainda esta sexta-feira, a partir do Japão onde participa na cimeira do G7, François Hollande, prometeu manter o rumo e insistir nas novas regras, apesar dos protestos que estão a eclodir por toda a França. “Eu queria esta reforma. Está de acordo com tudo o que fizemos nos últimos quatro anos e que tem produzido resultados”. O presidente francês tem a esperança de que a lei venha a ser aceite por todos, mas acrescentou que o governo tem de assegurar a liberdade de circulação e a capacidade da economia funcionar.

Apesar do anuncio agora feito pela secretaria de Estado dos Transportes, os sindicatos prometem aumentar a pressão nas ruas. O projeto que está a ser debatido no parlamento não é pacífico nem na maioria socialista. O primeiro-ministro francês, Manuel Valls já admitiu alterações, mas que não alterem o essencial da legislação.

O governo argumenta que a lei vai permitir maior flexibilidade às empresas para combater o desemprego. Os opositores dizem que vai aumentar a insegurança no trabalho e atacam sobretudo o artigo 2, que dá prioridade aos contratos individuais de trabalho, em detrimento da negociação coletiva com sindicatos profissionais.

Os protestos contra a nova lei perturbaram a mobilidade em todo o país, com falhas no abastecimento dos combustíveis e nos serviços de transportes, que levaram ao cancelamento de várias viagens. Segundo a associação de hotelaria e restauração, foram canceladas 15% a 20% das reservas para este fim de semana devido a receios de problemas de abastecimento por causa da greve e dos bloqueios nas refinarias.

A França vai receber o Campeonato Europeu de Futebol daqui a duas semanas.