O pavilhão de Espanha, intitulado “Unfinished” e dirigido pelos arquitetos Iñaqui Carnicero e Carlos Quintáns, recebeu este sábado o Leão de Ouro na XV Bienal de Arquitetura de Veneza, informou a organização.

O jurado internacional da Bienal considerou Espanha merecedora do galardão pela “melhor participação nacional” devido “à seleção cuidadosa dos arquitetos emergentes, cujo trabalho demonstra como o compromisso e a criatividade podem superar os limites materiais e de contexto”.

Composto pelo libanês Hashim Sarkis, o italiano Pippo Ciorra, o colombiano Sergio Fajardo, a brasileira Maria Moreira Salles e o norte-americano Karen Steinm, o júri desta edição destacou o projeto espanhol que contou com a curadoria de Iñaqui Carnicero e Carlos Quintans.

O júri decidiu ainda atribuir duas menções honrosas às participações nacionais do Japão, pela sua “poesia de compacidade em formas alternativas de vida coletiva num ambiente urbano denso”, e ao Peru, por levar a arquitetura a “canto remoto do mundo, tornando-a um local de aprendizagem, bem como um meio para preservar a cultura da Amazónia”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Em termos individuais, o Leão de Ouro para melhor participante na 15.ª Bienal foi atribuído ao Gabinete de Arquitetura de Solano Benítez, Gloria Cabral e Solanito Benítez, do Paraguai, sendo destacada a capacidade de aproveitar materiais simples e levar a arquitetura para comunidades carentes.

Foi também atribuído um Leão de Prata ao projeto jovem promissor NLÉ, do arquiteto nigeriano Kunlé Adeyemi, pela sua “poderosa demonstração” de que a arquitetura “pode amplificar a importância da educação”.

O júri decidiu também atribuir uma menção honrosa à arquiteta italiana Maria Giuseppina Grasso Cannizzo pela “perseverança em usar os rigores da sua disciplina para elevar o quotidiano a obras intemporais de arquitetura”.

O prémio carreira, já anunciado, foi entregue ao brasileiro Paulo Mendes da Rocha, 87 anos, Prémio Pritzker em 2006, autor do projeto do novo Museu Nacional dos Coches.

A Bienal de Arquitetura de Veneza vai decorrer até 27 de novembro, com o lema “Reporting from the front”, e curadoria do chileno Alejandro Aravena, recém-distinguido com o Prémio Pritzker.

O arquiteto Álvaro Siza Vieira, que recebeu o Leão de Ouro de carreira, em 2012, representa Portugal na bienal, numa escolha comissariada pelos arquitetos Nuno Grande e Roberto Cremascoli.

Em Veneza estão expostos projetos de habitação social do arquiteto, inclusive o loteamento que desenhou há mais de trinta anos para a cidade, cuja construção ficou incompleta, devendo ser retomada na sequência da mostra.

A exposição tem por título “Neighbourhood — where Álvaro meets Aldo” (“Vizinhança – onde Álvaro encontra Aldo”), numa alusão ao arquiteto italiano Aldo Rossi, autor do projeto vizinho da obra de Siza, na ilha da Giudecca, em Veneza.