O Conselho Superior do Ciberespaço do Irão aprovou uma medida que vai obrigar os serviços de troca de mensagens a manterem em território iraniano todas as informações recolhidas sobre os seus cidadãos. Ou seja, na prática, essas informações só poderão ser guardadas em data centers (centros de dados) localizados no Irão para que os serviços continuem a operar dentro da lei.

Segundo a agência Reuters, as empresas que fornecem esses serviços têm um ano para transferir para território nacional todas as informações que mantenham sobre cidadãos iranianos. A medida é justificada com as “orientações e preocupações do líder supremo” Ayatollah Ali Khamenei, escreve também o site The Verge.

Esta medida deverá afetar em particular a aplicação Telegram. O serviço — semelhante ao Messenger e ao WhatsApp — é bastante popular no Irão, tendo cerca de 20 milhões de utilizadores registados, um número que corresponde a aproximadamente 25% da população. Essa popularidade deve-se, em parte, ao facto de o Telegram permitir enviar mensagens encriptadas e, alegadamente, ter níveis altos de segurança.

O país é conhecido pelas políticas muito rigorosas no que toca ao acesso à internet. De acordo com a Reuters, o acesso a redes sociais como o Facebook e o Twitter é vedado aos cidadãos, embora os serviços continuem disponíveis através de alguns programas que contornam esse bloqueio e usados por muitos iranianos.

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