“Esforço dos portugueses”, “equilíbrio financeiro” e “apoio alemão”. As expressões saíram da boca de Marcelo Rebelo de Sousa, em Berlim, primeiro em forma de discurso e depois em forma de resposta às questões de jornalistas alemães e portugueses. No final, o Presidente da República agradeceu ao seu homólogo alemão, Joachim Gauck, o “reconhecimento da Alemanha” pelo esforço que Portugal tem feito para cumprir as suas obrigações.

Ao lado de Joachim Gauck, e antes do encontro com a chanceler Angela Merkel, Marcelo Rebelo de Sousa lembrou as relações “de amizade e fraternidade entre os dois países”, uma relação de “longas décadas” cujas “posições comuns” têm sido fortalecidas com “o tempo”. Elogiou a Alemanha pela forma como tratou “a questão dos refugiados”. E falou na necessidade de serem tomadas “medidas europeias” em relação a este tema.

Depois do discurso, as perguntas. E quando um jornalista lhe perguntou em alemão como responderia quando”os críticos de Lisboa” lhe apontassem o défice excessivo, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou haver um “equilíbrio financeiro” e não ter dúvidas que o “controlo do défice orçamental é o caminho”.

“As regras europeias são para cumprir, é uma questão que um professor de Direito como eu sabe por princípio”, disse.

O Presidente lembrou que os números da execução orçamental de abril dão conta de um aumento do superavit, quando comparadas as despesas e as receitas sem o pagamento da dívida. “O que quer dizer que há uma preocupação de controlo financeiro interno, ao mesmo tempo que há uma preocupação com o equilíbrio externo”, acreditando que “isso não é incompatível com o crescimento”, dando como exemplo as exportações.

Quando lhe perguntaram qual era a sua perspetiva, o presidente alemão Joachim Gauck escudou-se, primeiro, nos limites da sua posição. “O presidente alemão ainda tem menos oportunidades de tomar iniciativas políticas do que o português”, justificou. Cauteloso no discurso, admitiu não ser “cético quanto ao cumprimento das metas” orçamentais por parte de Portugal. “Penso que Portugal e os restantes países da Europa podem chegar a um acordo”, disse. No final, Marcelo agradeceu as palavras de reconhecimento e confiança.

Numa outra resposta a um jornalista, Marcelo opinou, ainda, sobre referendo do Reino Unido, a 23 de junho. “Trata-se de uma decisão soberana do povo britânico, mas é muito importante para a Europa que não haja saídas da Europa, principalmente de um país tão importante como o reino Unido”, disse. “A maioria do portugueses quer o Reino Unido na Europa e não fora da Europa”, acrescentou.

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