A Comissão de Trabalhadores (CT) e a administração da Volkswagen Autoeuropa concordaram em reduzir a laboração da fábrica de Palmela para apenas um turno diário, a partir de setembro, anunciou esta terça-feira a empresa.

“O volume de encomendas previsto desde o início do ano representa uma redução de 19% face ao ano anterior, concentrada no segundo semestre”, justifica uma nota de imprensa da Autoeuropa, adiantando que o acordo com os trabalhadores foi alcançado no passado dia 24 de maio.

“O modelo encontrado prevê a redução do volume diário e a respetiva produção num único turno a partir de setembro, sem dias de paragem coletiva adicionais. Possibilita também a gestão individual do tempo de trabalho e a continuação dos programas de qualificação e de mobilidade internacional em outras fábricas do grupo Volkswagen”, acrescenta.

A administração da Autoeuropa, na nota de imprensa esta terça-feira divulgada, afirma-se confiante de que esta solução “permitirá a manutenção do emprego e do rendimento dos colaboradores, sem colocar em causa a produtividade da unidade de Palmela”.

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A CT da Autoeuropa, que deu parecer favorável à proposta da administração, considera que o novo acordo salvaguarda os interesses dos trabalhadores.

“Está salvaguardada a situação de alguns casais que tinham horários diferentes por razões familiares. Os trabalhadores que recebiam subsídio de turno também não perdem rendimento, uma vez que serão compensados com o trabalho extraordinário que será necessário fazer para dar resposta às encomendas feitas à fábrica de Palmela”, disse o coordenador da CT da Autoeuropa, António Chora.

“Acreditamos que a redução para um turno é uma situação transitória e que o futuro está ao nosso alcance. Queremos também mostrar à casa-mãe que sabemos adaptar-nos às circunstâncias”, acrescentou o representante dos trabalhadores da Autoeuropa.

Para António Chora, apesar da redução para apenas um turno a partir de setembro, tudo indica que, num futuro próximo, com a produção de um novo modelo, a fábrica de Palmela “vai deixar de ser uma fábrica de nicho para produzir produtos de grande consumo”.

A administração da Autoeuropa, que também considera a situação atual como um momento de transição para o crescimento a partir do segundo semestre de 2017, diz estar em contacto com os seus fornecedores, para tentar “minimizar o impacto desta alteração no seu funcionamento”.