A Comissão Europeia não deve interferir na intenção do governo espanhol de baixar os impostos, avisa Luis de Guindos, o ministro da Economia de Espanha que se mantém em funções pelo menos até às eleições de final de junho. O responsável diz que essa redução da carga fiscal planeada pelo governo iria aliviar a situação financeira das famílias espanholas e isso contribuiria para estimular o crescimento económico.

“Baixar os impostos é perfeitamente exequível e compatível com a redução do défice das contas públicas, o segredo é não interromper o crescimento económico”, afirmou Luis de Guindos, ministro da Economia de Mariano Rajoy, em declarações aos jornalistas em Madrid. “Além disso, [baixar os impostos] terá um impacto positivo [no crescimento e nas contas públicas], que é o que Bruxelas está a exigir”, acrescentou o responsável, citado pela Bloomberg.

Tal como em antecipação às eleições de dezembro, o governo espanhol tem demonstrado a intenção de baixar os impostos. No final do ano passado, essa “borla” fiscal terá contribuído para que Espanha tenha falhado as metas do défice e esteja agora, tal como Portugal, em risco de sofrer sanções europeias por não ter saído do procedimento de défice excessivo.

Agora, caminhando novamente para eleições, Mariano Rajoy garante que a prioridade do próximo governo — caso seja ele a liderá-lo — será reduzir a carga fiscal. Quanto ao défice do ano passado, Mariano Rajoy atribui o resultado ao excesso de gastos nas comunidades autónomas e a despesas um pouco mais elevadas do que o previsto com prestações sociais. Bruxelas deu a Espanha mais um ano para reduzir o défice, uma decisão que poderá ir noutro sentido em julho (após as eleições).

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