Hoje chega ao fim a série “The Good Wife”. Pelas 23h15, a Fox Life mostra o último episódio da sétima temporada. Quando Robert e Michelle King criaram a série, queriam que fosse algo diferente do que se faz em televisão sobre a vida nos tribunais. Não terá sido revolucionária mas tornou-se um sucesso — e uma referência no género — ao longo de sete anos. O Observador realça algumas das razões:
A protagonista
A traição do marido foi tornada pública e Alicia Florrick (Juliana Margulies) assumiu o papel de esposa perfeita. A protagonista aparece no primeiro episódio a querer dar provas do seu valor como advogada e mulher independente. Alicia opta por não se divorciar do marido e deixa os fãs atordoados com tantos dramas pessoais. As indecisões que esta mulher tem não são para qualquer uma. Os interesses amorosos são todos lindos e interessantes e a pobre Alicia nunca sabe bem o que fazer. À medida que os episódios se sucedem, vamos acreditando que verdadeiro amor da personagem principal é Will Gardner (Josh Charles) mas até esse morre. No meio de toda esta desgraça, Alicia consegue ser uma profissional exemplar, advogada difícil de bater, uma quase política e uma ótima jogadora de bastidores. Sim senhora.
O marido
A verdade é que sem Peter Florrick (Chris Noth) não existira The Good Wife. É a traição deste político ambicioso que faz renascer uma mulher de armas. Alicia Florrick apresenta-se ao mundo com vontade de mostrar que é mais do que a perfeita e tranquila dona de casa. Ao longo das temporadas, Peter também se redimiu, ou pelo menos tentou, e é sempre alguém presente na vida de Alicia. A relação entre marido e mulher está longe de ser convencional, vivem em casas separadas, umas vezes dão-se bem e parecem amigos, outras a luxúria fala mais alto e envolvem-se sexualmente e outras vezes nem se podem ver. Através de Peter Florrick e do seu conselheiro político Eli Gold (Alan Cumming), é levantado o véu dos jogos de bastidores nas campanhas eleitorais nos EUA.
O grande amor
Durante as primeiras 5 temporadas o público sofreu e queria apenas que Alicia Florrick e o seu colega Will Gardner (Josh Charles) se deixassem levar pelo amor que os unia. Mas não. O homem teve o azar de morrer baleado no tribunal numa das cenas mais dramáticas da série. Ao que parece, o ator Josh Charles estava farto de interpretar o papel de Will e não queria que os espetadores o identificassem apenas por essa personagem. Não há problema, arranjaram outros candidatos para ocuparem o lugar de Will no coração de Alicia. Mas nunca conseguiram ocupar o lugar da personagem junto dos fãs, essa é outra conversa.
Convidados especiais
Durante as sete temporadas de “The Good Wife” muitos foram os atores convidados. Personagens que dão corpo às histórias da vida política e dos tribunais. Reveja aqui algumas das figuras mais importantes entre as mais de 60 estrelas convidadas:
Girl Power
Esta série está cheia de mulheres a ocuparem lugares de liderança. Quer as protagonistas quer as secundárias, todas revelam estar à altura dos maiores gestos de grandeza, como dos maiores golpes e traições. Mulheres fortes que usam todas as armas possíveis para alcançarem os objetivos. Diane Lockhart (Christine Baranski) é sócia maioritária de uma grande empresa de advogados — e é ela que vai ter direito a uma nova série, um spin off que estará quase em produção. Kalinda (Archie Panjabi) é uma investigadora que consegue todas as informações — todas — a qualquer custo. Quando Alicia resolve voltar ao mercado de trabalho, tem muito que aprender com as figuras femininas que a rodeiam. As coisas correm bem quando não correm mal mas foram estas mulheres que construíram o sucesso de “The Good Wife”.
O Tribunal
É uma lei da natureza televisiva: deem uma boa sessão de tribunal aos espetadores eles não saem do sofá. “The Good Wife” esteve sempre cheia destes momentos, de julgamentos com resultados positivos, outros nem por isso, alguns que se arrastaram por diferentes episódios, atrás de voltas e reviravoltas. Bons advogados, juízes bem escolhidos, criminosos à maneira. Tudo no ponto.
