A Lisbon Investment Summit, conferência dedicada à promoção do investimento e coinvestimento no meio empreendedor, já viveu dias mais difíceis. “Há quatro anos não se ouvia falar muito de Portugal, os investidores quase não vinham cá”, diz ao Observador Pedro Rocha Vieira, cofundador e presidente da Beta-i — Associação para a Promoção do Empreendedorismo e Inovação, que organiza o evento. Hoje, o cenário é diferente: os investidores internacionais até “pedem para vir” a Portugal.

Há quatro anos não se ouvia falar muito de Portugal, os investidores quase não vinham cá. Mas atualmente já existem cada vez mais investidores internacionais atentos ao que existe cá e Lisboa já faz parte da agenda destes investidores. A maior parte dos investidores ativos que investem nesta fase seed e early stage [fases iniciais do desenvolvimento das empresas] estão interessados em vir cá. Mais: pedem para vir. É importante aproveitar”, afirma o presidente da Beta-I.

A quinta edição da conferência decorre a 7 e 8 de junho, em Lisboa. Durante dois dias, reúne startups portuguesas e europeias com investidores nacionais e alguns dos maiores investidores da Europa. O objetivo é “continuar a trazer investidores [internacionais] para Portugal”, pondo-os em contacto com as empresas e investidores portugueses, resume o presidente da Beta-i.

O evento decorre na Academia das Ciências de Lisboa. Conta com palestras, painéis de debate e duas oportunidades de networking [criação de rede de contactos] que são novidade no programa da conferência: o investment breakfast, um “speed dating entre investidores e startups“, e uma oportunidade para 12 startups fazerem um pitch [apresentação breve] aos investidores presentes.

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Os pitches são uma das grandes diferenças deste ano. Sentimos a necessidade de evoluir para abraçar mais startups portuguesas. Abrimos uma candidatura para 12 startups se apresentarem, de fases, indústrias e modelos diferentes. Houve 100 e tal, quase 200 candidaturas”, diz Pedro Rocha Vieira. Questionados pelo Observador, os organizadores afirmam que o processo de seleção dos candidatos ainda não foi concluído.

Entre os investidores internacionais presentes estão nomes como o do sul-africano Saul Klein, que passou pela Index Ventures e cofundou empresas como a Lovefilm Internacional (adquirida pela Amazon), a Seedcamp e a Kano, e o de Eze Vidra, ex-general partner da Google Ventures, que marcará presente na Lisbon Investment Summit na qualidade de investidor privado, entre muitos outros. Sobre o primeiro, Pedro Rocha Vieira explica que é “um investidor com uma rede de global de contactos que tem uma estratégia muito interessante. É como se fosse um super angel e, como investe em fases iniciais, pode ser interessante” para as startups nacionais que queiram crescer.

Vão participar no evento capitais de risco como as britânicas Atomito e Notion Capital e a norte-americana e.Ventures, por exemplo. Assim como a aceleradora de Silicon Valley 500Startups e a incubadora britânica Second Home, que em maio chegou a Portugal e se vai fazer representar na conferência pelo seu cofundador Rohan Silva.

Quem voltará a estar presente é a Caixa Capital, a sociedade de capital de risco da Caixa Geral de Depósitos, que tem sido “um parceiro” da conferência desde a primeira edição e que é hoje “o ator que mais tem promovido o coinvestimento” em Portugal, segundo o presidente da Beta-i. Coinvestimento que Pedro Rocha Vieira considera ser essencial para o crescimento das empresas de cariz tecnológico, pelo que a sua promoção foi uma das preocupações desta quinta edição da Lisbon Investment Summit.

Para as startups, é difícil conseguir rondas seguintes [de financiamento] sem coinvestimento, pelo que estes momentos em que os investidores portugueses e internacionais estão em contacto são importantes, permitem gerar confiança” entre as partes. Além disso, “Portugal está a lançar novos fundos, de business angels e capital de risco, pelo que este é um bom momento para esses contactos”, lembra ainda o responsável.