O secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares acusa o PSD de tentar uma “manobra de diversão” em pleno Congresso do PS ao colocar o desafio para uma comissão eventual no Parlamento que debata a reforma da Segurança Social. Mas ao mesmo tempo, Pedro Nuno Santos passa a bola para o lado de lá: “O PSD está à espera de quê para apresentar as suas propostas? Que apresente propostas, que venha a jogo”.

A provocação foi lançada numa entrevista ao Observador, em que o socialista responsável pela “geringonça” no Parlamento acusa o PSD de tentar “condicionar” o PS, vinda “de um partido que não apresentou nenhuma proposta concreta sobre a Segurança Social. A única coisa que conhecemos para além do famigerado corte de 600 milhões nas pensões me pagamento, é a privatização parcial e progressiva da Segurança Social. É uma reforma que obviamente não conta com o apoio do PS“. Mas também insistiu no desafio: “De uma vez por todas, o PSD e o CDS que venham a jogo com as suas propostas, que não nos vamos furtar a nenhum debate”.

Mas o namoro socialista é agora feito à esquerda, com Pedro Nuno Santos a não querer dizer se considera que esta solução será a preferida pelo PS daqui em diante, preferido sublinhar que “é óbvio que a democracia ganha uma nova opção que é o PS governar sem a direita. Não depende de uma maioria absoluta para governar e isso é um ganho para o PS mas também para a democracia portuguesa”.

E há riscos de Bruxelas acabar por estreitar o caminho dessa relação? O PS tem “conseguido fazer esta mudança de política sem pôr em causa essas restrições”, assegura o governante que chama a este equilíbrio “uma tensão saudável que o governo português tem com os parceiros europeus”: “Preferimos defender os portugueses junto de Bruxelas, do que Bruxelas junto dos portugueses”. Para Pedro Nuno estas são “batalhas que vale a pena travar” e dá dois exemplos em que o PS vai continuar a insistir, mesmo que tenham a crítica da maioria da Comissão Europeia (que é do PPE): a subida do salário mínimo nacional e a capitalização da Caixa Geral de Depósitos. “São batalhas que se justifica serem travadas mas como conta peso e medida, “numa relação saudável, civilizada e respeitosa sem ruturas com os parceiros europeus”.

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